O Governo já restaurou mais de 80 por cento do mangal, dos cinco mil hectares previstos até Julho do presente ano, no âmbito da implementação do Programa Nacional de Restruturação do Ecossistema do Mangal, iniciado em 2021.
Moçambique é um país oceânico que, anualmente, é afectado por intempéries que perigam espécies marinhas, bem como as populações residentes nas zonas costeiras. O mangal é apontado pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP) como um recurso importante para a resolução destes problemas.
No país, mais de 90 hectares deste ecossistema são devastados por ano, factor que constitui uma preocupação para o MIMAIP, que prevê restituir cinco mil hectares em todo o país, até Julho do presente ano.
“Como país, particularmente vulnerável aos impactos das alterações climáticas que, de forma cíclica, nos tem assolado, como ciclones, inundações e secas, o actual estágio de degradação do ecossistema do mangal é deveras preocupante, por isso não temos outra alternativa: temos de agir, e agir agora, sob pena de hipotecarmos o nosso futuro”, explicou a ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso.
A governante, que falava, esta quarta-feira, no âmbito do Dia Mundial dos Oceanos, disse que a poluição do mar, a pesca ilegal e a proliferação do lixo são outros problemas que comprometem a saúde dos ecossistemas marinhos.
“Devemos reconhecer que a nossa subsistência reside num oceano saudável, na exploração sustentável dos seus recursos e, acima de tudo, na nossa acção colectiva e integrada em sua defesa”, justificou Cardoso.
Para o alcance dos objectivos, o MIMAIP tem levado a cabo estratégias para a redução dos resíduos sólidos nos oceanos, com maior destaque para o saco plástico, tal como explica a directora nacional de Políticas Marítimas e Pesqueira, Felismina Antia.
“É necessário desencorajar a exportação e comercialização do saco plástico. O objectivo é bani-lo e o nosso plano de acção vai contribuir com medidas concretas. Nós temos registado toneladas deste resíduo em cada província, para além de ‘redes-fantasma’, que são usadas para a pesca”, esclareceu Felismina Antia.
Com vista a buscar estratégias para melhor preservação dos ecossistemas marinhos, Moçambique vai participar na segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terá lugar em Lisboa, este mês.
Participaram na cerimónia alusiva ao Dia Mundial dos Oceanos, o edil de Maputo, Eneas Comiche, e o embaixador de Portugal, António Costa Moura.