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Filipe Nyusi na Rússia para reunião individual com Vladimir Putin e Cimeira Rússia-África

O Presidente da República está na Rússia desde esta quarta-feira, para uma visita de trabalho, que inclui uma reunião com o seu homólogo, Vladimir Putin, e a participação na II Cimeira Rússia-África, que arrancou nesta quinta-feira, em São Petersburgo. O evento conta com os representantes de 47 dos 54 países africanos ao contrário dos 40 que estiveram na primeira cimeira, em Sochi, em 2019.

Filipe Nyusi chegou a São Petersburgo na noite desta quarta-feira, junta à ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo. À chegada, foram recebidos por Alexander Surikov, embaixador da Rússia em Moçambique.

Nesta deslocação, o Presidente da República faz-se acompanhar, ainda, por uma comitiva composta por cerca de 10 membros, entre ministros, secretários de Estado, empresários e académicos, destaque para Carlos Zacarias, ministro dos Recursos Minerais e Energia, Daniel Nivagara, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o secretário de Estado da Juventude e Emprego, assim como o vice-reitor da Universidade Púnguè, Pedro Guiliche.

De acordo com a agência russa de notícias TASS, citada pela imprensa internacional, Vladimir Putin terá uma reunião individual com Filipe Nyusi. Putin deverá reunir-se também com os presidentes das Comores, Burundi, Zimbabwe, Uganda e Eritreia.

“A participação do Presidente Nyusi nesta cimeira tem em vista o reforço das relações de amizade, solidariedade e cooperação entre a Rússia e o continente africano em vários domínios de interesse mútuo, bem como ao nível bilateral”, lê-se na nota enviada pela Presidência.

A cimeira Rússia–África tem confirmada a presença apenas de dois chefes de Estado dos PALOP – de Moçambique, Filipe Nyusi, e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló -, que não deu detalhes da sua participação no evento organizado pelo Governo russo que denunciou o que chamou de pressões sem precedentes dos países ocidentais sobre os líderes africanos para não participarem no evento.

Já Angola enviou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Téte António, e São Tomé e Príncipe estará representado pelo embaixador de Lisboa, que está também acreditado em Moscovo.

Além de Moçambique e Guiné-Bissau, estarão representados pelos Presidentes a África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do Egipto, Abdel Fattah al-Sisi. Estarão ainda o vice-presidente da Nigéria, Kashim Shettima, e os primeiros-ministros de Marrocos, Aziz Ajanuch, e da Argélia, Aimen Benabderrahmane.

Espera-se desta segunda cimeira que a Rússia e os países africanos assinem um plano de acção até 2026 e uma série de documentos bilaterais, como anunciou o Kremlin, que também espera que a relação vá para além dos acordos na área da defesa e venda de armas, que se resumem, na maioria dos casos, até hoje a relação de Moscovo com África.

Contudo, para Moscovo, o mais importante, segundo analistas internacionais ouvidos pela Lusa, é mostrar um entendimento com os Estados africanos, apesar do conflito na Ucrânia, que alguns condenaram na ONU, e do fim do acordo dos cereais.

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