O repatriamento voluntário de refugiados moçambicanos no distrito de Nsanje, no Malawi, vai iniciar-se no próximo dia 22 de Julho. Para o efeito, o Governo distrital de Nsanje compromete-se a finalizar a lista de todos deslocados que se encontram em oito centros de acomodação e a enviá-la a Moçambique até à próxima sexta-feira, 8 de Julho.
Parece estar próximo o fim do martírio de alguns moçambicanos refugiados no Malawi. Nos encontros realizados entre as partes moçambicana e malawiana, ficou acordado que, na última semana de Julho, os refugiados seriam repatriados para as suas zonas de origem.
O facto foi confirmado hoje ao “O País” pelo director nacional para Prevenção e Motivação no Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), César Tembe, à saída de um encontro com as autoridades de Nsanje.
A fonte garantiu que vários actores serão envolvidos neste processo de regresso de moçambicanos provenientes do distrito de Morrumbala, província da Zambézia.
“O processo de repatriamento dos moçambicanos afigura-se urgente. Então, estivemos a acordar algumas datas. Julgamos que precisamos de sair daqui com tudo definido e clarificado. Precisamos, na verdade, de ter uma ideia de quais é que seriam os papéis de cada um dos intervenientes. Do lado malawiano, ficou acordado que, até ao dia 8 de Julho, próxima sexta-feira, eles deverão finalizar as listas de todos os deslocados que se encontram em oito centros de acomodação”, clarificou César Tembe.
Ficou ainda definido que as listas devem conter todas as informações sobre os chefes dos agregados familiares, nomes completos, local de proveniência, número de agregado familiar, entre outros dados que as partes julgam importantes.
“Estes dados vão facilitar-nos o processo de organização de toda uma logística necessária, para que as pessoas possam ser repatriadas para o Malawi”, notou o director nacional para Prevenção e Motivação no Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres.
César Tembe revelou ainda que, do lado de Moçambique, ficou a promessa de que “até ao dia 22, o processo de repatriamento deve acontecer a partir do distrito de Nsanje, para que todos os moçambicanos deslocados possam retornar ao país”.
Lembre-se que, quarta-feira, os malawianos indagaram a delegação moçambicana sobre a retirada dos refugiados no lugar de providenciar, nesta fase, alimentos e utensílios para o benefício de todos.
Na ocasião, o administrador de Morrumbala, João Nhambessa, garantiu a existência, no país, de 2300 talhões para atribuição às famílias.