A Renamo vai realizar o Conselho Nacional depois do anúncio dos resultados pelo Conselho Constitucional. A reunião tem em vista analisar as eleições gerais de 9 de Outubro. Ainda sem data nem local, o referido conselho poderá ser uma oportunidade para esta formação partidária propor algumas soluções para a actual situação que o país atravessa, tal como avançou o membro do Conselho Jurisdicional, Arnaldo Chalaua.
“Pretendemos perceber que Estado queremos construir daqui em diante”, avança Arnaldo Chalaua, sublinhando que face ao que está a acontecer no país, a Assembleia da República deve definir se pretende ter um país com um direito democratico ou monárquico.
É que, tal como explicou, não se pode permitir que o país resvale em situações de crise quando tudo poderia ser evitado. Essa e outras questões serão levadas à mesa, facto que até agora está refém dos pronunciamentos do Conselho Constitucional, que, como se sabe, ainda não avançou data para o anúncio dos resultados do escrutínio de Outubro último.
O Conselho Nacional vai acontecer num contexto marcado por algumas tensões dentro do partido, com um grupo de membros e desmobilizados do partido a exigirem mudanças na direcção da Renamo. Sobre esse assunto, Arnaldo Chalaua apela a todos os membros para que respeitem os estatutos e regulamento interno.
“É muito importante e necessário que esses quadros todos do partido Renamo colaborem e tenham muita paciência e esperando que o Conselho Constitucional diga alguma coisa a todos os moçambicanos”, adverte Chalaua.
Arnaldo Chalaua esclarece que o respeito aos estatutos não significa que os membros não tenham direito de expressar as suas opiniões, mas que devem ser sempre de forma alinhada e sem colocar em causa os objectivos comuns da organização.
“Exigimos que todos aqueles membros que queiram seguir um caminho que esteja à margem do regulamento do partido para recuarem e esperarem pela realização do Conselho Nacional para vermos qual é o caminho e quais serão as possíveis soluções”, exorta Arnaldo Chalaua.
RENAMO REIVINDICA A VITÓRIA
O partido da perdiz ainda reivindica vitória nas eleições gerais de Outubro.
“A Renamo se não está na primeira posição, está na pior das hipóteses está na segunda”, declara Chalaua.
O membro do Conselho Jurisdicional justifica que os dados na posse do partido indicam que o voto rural contribuiu significativamente para uma clara reviravolta. A Renamo reitera que o processo foi marcado por muitas irregularidades, destacando o enchimento das urnas e inutilização de boletins de voto.
Por isso, alerta Chalaua, que o Conselho Constitucional faça valer a vontade dos eleitores.
“O Conselho Constitucional, na qualidade de última instância, tem essa responsabilidade de trazer um ar fresco para todos os cidadãos moçambicanos. A nossa expectativa é que essa instituição faça um trabalho exemplar e sem olhar para as cores partidarias”, alerta.