Nenhuma pessoa morreu por causa da malária, no primeiro semestre deste ano, na província de Maputo, segundo as autoridades de saúde, que esta segunda-feira lançaram uma campanha de pulverização intra-domiciliária no sentido de manter a população a salvo da mesma doença, que nos primeiros seis meses de 2019 matou 15 indivíduos.
Na província de Maputo, em 2015 foram registados 118 casos de malária por cem mil habitantes, número que baixou para 35 casos por cem mil habitantes, de acordo com Daniel Chemane, director provincial da Saúde em Maputo.
A campanha de pulverização contra a malária, lançada esta segunda-feira, foi orientada pelo governador Júlio Parruque. O trabalho vai abranger perto de 90% num total de um milhão e duzentas mil pessoas identificadas em oitos distritos da província de Maputo.
Manhiça é um dos distritos com mais casos da malária e as autoridades sanitárias pretendem pulverizar todas as residências de modo a eliminar o mosquito que causa a enfermidade.
Paralelamente à campanha de pulverização intra-domiciliária, há distribuição de redes mosquiteiras às mulheres grávidas que se apresentam ao hospital para efeitos de consulta pré-natal. Elas e as crianças representam o grupo mais vulnerável ao paludismo, segundo Daniel Chemane.
As autoridades de saúde asseguram que os produtos químicos usados no processo de pulverização não causam alergia às pessoas. Daniel Chemane apelou às pessoas para colaborarem com os pulverizadores.
Ainda não existe vacina contra malária. Contudo, há várias medidas de protecção individual eficazes, para evitar picadas do mosquito transmissor da doença, tais como dormir sempre protegido por uma rede mosquiteira, usar repelente e eliminar charcos de água e capim.
Aliás, no bairro Gimo, na província de Maputo, Helena Fumo contou ao “O País” que o seu marido foi, recentemente, diagnosticado com a malária e ficou curado. Para tal seguiu as recomendações do hospital, que iam para além de tomar correctamente os medicamento.
“O meu marido teve malária, fomos ao centro de saúde, medicou e a doença passou. Para prevenirmo-nos da malária, fazemos limpeza” na casa. “Tiramos o capim no quintal e as águas estagnadas”, explicou Helena Fumo.
No primeiro semestre de 2020, em Moçambique houve registo de mais de seis milhões e seiscentas pessoas com malária, 356 das quais morreram, segundo dados do Ministério da Saúde.
A instituição aponta ainda que 49 em cada 100 habitantes morrem devido à malária e outras 39 em cada 100 habitantes vivem expostas à malária, cujos casos tendem a aumentar anualmente no país