A Renamo diz que não vai aceitar os resultados das “autárquicas” anunciados, ontem, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). A perdiz diz que a posição da CNE agrediu a democracia, a paz e a estabilidade social. Estas declarações foram feitas hoje, em Maputo, em conferência de imprensa, pela secretária-geral do partido, Clementina Bomba.
A Renamo convidou, hoje, a imprensa para manifestar o seu posicionamento em relação aos resultados das eleições autárquicas, anunciados esta quinta-feira.
A Renamo diz não aceitar os resultados anunciados por acreditar que tenham sido viciados para dar vitória à Frelimo.
A secretária-geral do partido, Clementina Bomba, começou a sua intervenção, repudiando a actuação da Polícia durante as manifestações que se têm registado em vários pontos do país.
“Começamos por lamentar e repudiar que marchas pacíficas estejam a ser reprimidas com violência policial, o que viola a Constituição da República de Mocambique”, disse Bomba, acrescentando que tais actos consubstanciam o assassinato da democracia.
A Renamo acusa a Frelimo de estar a usar as Forças de Defesa e Segurança para deturpar a vontade do povo expressa nas urnas.
Clementina Bomba foi mais além, anunciando que o seu partido não reconhece os resultados anunciados pela CNE.
“Não reconhecemos os resultados ontem anunciados pela Comissão Nacional de Eleições. Perante graves irregularidades, desde o recenseamento eleitoral, como o roubo de mobiles, exclusão de eleitores, enchimento de urnas pelos presidentes das mesas e supostos observadores, agentes da Polícia que invadiram as mesas de votação para retirar à força urnas e delegados de candidatura da oposição, perturbação da ordem e tranquilidade nas assembleias de voto através de disparos e lançamentos de gás lacrimogénio pela Polícia”, detalhou Bomba.
Para o partido Renamo, ao declarar aqueles resultados, a CNE pôs em causa a vontade do povo expressa nas urnas.