Partido diz que tem evidências de que ganhou em nove das 65 autarquias, entre as quais as cidades de Maputo e Nampula. Ossufo Momade responsabiliza o Presidente da República e a PRM pelo risco de instabilidade e convulsão social.
A Renamo diz que ganhou as eleições em nove das 65 autarquias, com fundamento na contagem paralela que o partido fez tendo por base os editais do apuramento intermédio. A vitória foi reivindicada hoje pelo Presidente do partido, Ossufo Momade, no fim de uma reunião da Comissão Política Nacional convocada extraordinariamente para avaliar o processo eleitoral e decidir sobre os próximos passos. O encontro devia ter sido realizado durante uma hora e meia, mas levou, no total, seis horas. No fim, coube ao próprio presidente do partido anunciar a mensagem de que a Renamo não aceita os resultados.
“Ganhámos na cidade de Nampula, na autarquia de Quelimane, em Vilankulo, Angoche, Nacala-a-Porto, Ilha de Moçambique, Matola, Marracuene e Cidade de Maputo”, alistou o Presidente da Renamo. Ossufo Momade diz que o partido tem evidências para provar que ganhou as eleições e afirma que já avançou com processos na justiça. “Aqueles editais e actas que nós temos são documentos válidos. Não fui eu quem assinou. Nós temos as actas e editais válidos”, disse o líder da Renamo, detalhando que “naquelas cidades e vilas em que os nossos delegados de candidatura foram corridos, através da Polícia da República de Moçambique, já existem reclamações assim como queixas apresentadas aos tribunais locais”.
A Renamo exige ainda uma auditoria sobre a proveniência de boletins de voto irregulares e diz que já se iniciaram contactos diplomáticos e com a sociedade civil para travar o que chama de manipulação de resultados. Momade convoca também uma manifestação nacional para contestar os resultados. “Particularmente aos munícipes das 65 autarquias para uma manifestação geral em repúdio a qualquer manipulação dos resultados. A marcha vai ter lugar no dia 17”, afirmou referindo-se à próxima terça-feira.
O presidente da Renamo clarificou, por outro lado, que a manifestação será pacífica, mas alertou que “vai depender do regime. Se o regime quiser ser selvagem, estará tudo nas mãos deles”.
Ossufo Momade advoga que a democracia não pode ser colocada em causa e responsabiliza o Presidente da República e a PRM pelo risco de instabilidade e convulsão social.