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Renamo fala de progressos, perigos e lança crítica

Ossufo Momade reafirma que o grande compromisso da Renamo é a paz, mas alerta para o incumprimento de alguns pontos do DDR como um dos perigos que podem minar o sucesso do acordo assinado há dois anos com o Governo.

Ossufo Momade, signatário do acordo de paz e reconciliação nacional, reagiu esta sexta-feira a partir da cidade de Nampula e começou por reafirmar o compromisso do seu partido com a paz. Deu exemplo do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR), que já permitiu a desmobilização de 2.666 combatentes da força residual da Renamo e mais 63 homens da autoproclamada Junta Militar que também aderiram, para além da desactivação de nove bases até ao momento.

Mas dois anos depois, Ossufo Momade diz que há situações que podem minar o sucesso do acordo. “Como é de domínio público e denunciamos em tempo útil, o Governo ainda não enquadrou os combatentes que devem ser enquadrados na Polícia da República de Moçambique, os primeiros 10 oficiais que deviam ser afectos ao Comando Geral da Polícia estão integrados nas esquadras e parece ficar claro que a implementação do DDR está a passar para o segundo plano. Sem disprimor ao apoio e contribuição da comunidade internacional, o grupo de contacto parece entender ter feito o suficiente, o que propicia fragilização do processo, o que pode levar a consequências imprevisíveis”, alertou Ossufo Momade.

São descontinuidades que segundo o Presidente da Renamo foram sempre a causa dos conflitos e critica o silêncio dos religiosos e da sociedade civil.

“A nossa preocupação deriva também do facto de notarmos uma indiferença e apatia das confissões religiosas e da sociedade civil moçambicana. Parece que os apelos ao entendimento que eram feitos sistematicamente e com toda a legitimidade durante o conflito armado, ficaram para trás porque já assinamos o acordo”.

 

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