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Renamo exige que Estado indemnize vítimas de naufrágio

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, defendeu, hoje, que o Estado deve indemnizar as vítimas do naufrágio em Nampula, ocorrido a 7 de abril, em que morreram, pelo menos, 98 pessoas.

“O Governo deve indemnizar as famílias das vítimas do naufrágio e deve, igualmente, ser responsabilizado pela sua negligência. Apelamos à acção imediata da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, assim como o Provedor de Justiça para abrir um inquérito e responsabilizar o Estado”, disse o líder do maior partido da oposição, Renamo, depois de visitar Nampula no fim-de-semana.

Ossufo Momade conta: “Na ocasião, visitámos, na cadeia, o proprietário da embarcação e os respectivos marinheiros, que, no nosso entender, não deviam estar na cadeia, porque, aquando do acidente, estavam apenas a prestar socorro à população aflita e a procurar refúgio na Ilha de Moçambique. Nesta conformidade, ouvimos de perto as motivações do naufrágio e deixámos a promessa de criação de condições para a assistência jurídica dos mesmos”.

O líder da Renamo afirmou mesmo que o país “é dirigido por um Governo que torna a nação doentia. A segurança marítima é garantida principalmente pelo Governo”.

O acidente matou 98 pessoas, incluindo 55 crianças, 34 mulheres e nove homens, tendo sobrevivido 16 pessoas. De acordo com as autoridades marítimas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito.

O dono e um responsável pela embarcação estão detidos. A comissão de inquérito ao naufrágio deverá divulgar as conclusões sobre o acidente e as medidas a tomar nos próximos 15 dias, anunciou o Governo a 23 de Abril.

O barco transportava 130 pessoas com destino à Ilha de Moçambique, que fugiam a um não confirmado surto de cólera no posto administrativo de Lunga, distrito de Mossuril, no continente.

“A comissão que esteve a trabalhar já tem uma informação preliminar. Está agora a condensar o relatório. E o relatório deve aparecer com medidas concretas sobre que acções o Governo vai, efectivamente, implementar para minorar o sofrimento, mas também melhorar as condições, sobretudo de informação e de funcionamento das diferentes fragilidades que foram identificadas por esta comissão”, acrescentou Inocêncio Impissa.

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