O número dois da Renamo, André Magibire, diz que já houve tantos problemas no país, como o das dívidas ocultas, onde várias pessoas se beneficiaram e nunca se chamou a Renamo, daí que para este partido, Armando Guebuza foi infeliz ao sugerir integração da Renamo no combate ao terrorismo.
O tema de fundo da conferência de imprensa da Renamo era a violação dos direitos humanos nas províncias do centro e norte do país.
Mas vieram ao de cima os últimos pronunciamentos de Armando Guebuza, antigo Presidente da República, que colocou na mesa a possibilidade de se incluir a Renamo no teatro de operações em Cabo Delgado.
“É muita infelicidade do lado dele. Nós, neste país, temos tido muitos problemas. Um deles é o das dívidas ocultas, contraídas na governação dele e muitos se beneficiaram dessas dívidas e alguns, inclusive estão detidos. Nessa altura ninguém chamou pessoas da Renamo para se beneficiarem de qualquer coisa. Porque é para ir morrer em Cabo Delgado, querem os homens da Renamo”, desabafou André Magibire, referindo entretanto, que “estamos comprometidos com a paz”.
O mesmo comprometimento, Magibire, não vê na bancada maioritária do Parlamento, que entende ter inviabilizado a criação de uma comissão de inquérito para averiguar a situação dos direitos humanos nas províncias do centro e norte. Por ter sido indicada a primeira comissão a visitar os locais de ataques, a Renamo diz que não vai participar, até porque será esta uma viagem de turismo.
Outro problema apontado pelo número dois da Renamo são os raptos de membros do partido, sendo que os mais recentes teriam acontecido a 4 de Outubro, dia da paz.
Sobre o anúncio de Elias Dhlakama de querer candidatar-se à presidência do partido e por esta via às eleições presidenciais de 2024 e a já anunciada candidatura do filho de Afonso Dhlakama, Henriques Dhlakama, à Ponta Vermelha, o secretário-geral da Renamo diz que estamos numa era democrática.