O Reitor da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Padre Filipe Sungo, defendeu que o diálogo nacional inclusivo deve ser entendido como uma exigência ética e epistemológica, mais do que um mero exercício político. Falando durante a cerimónia de graduação realizada em Chimoio, o académico sublinhou que “a verdadeira inclusão nasce da escuta – escuta do outro – da diferença e da realidade concreta do país”.
Num contexto em que o debate público sobre o diálogo inclusivo em Moçambique tem despertado diferentes posições, o reitor apelou à serenidade e ao rigor no tratamento do tema, recordando que a construção de uma nação reconciliada exige a participação de todos. “Ser inclusivo é reconhecer que ninguém é dispensável na tarefa de edificar o bem comum”, afirmou.
Para Padre Sungo, o diálogo que o país precisa deve assentar-se na verdade, no respeito e no compromisso com a diversidade das vozes que formam a nação moçambicana. “O diálogo nacional só será fecundo se for alimentado por um espírito de verdade e corresponsabilidade social”, acrescentou.
A Universidade Católica de Moçambique, segundo o reitor, posiciona-se como um espaço de encontro e reflexão, onde a escuta e a partilha de saberes contribuem para a consolidação de uma cidadania partilhada e para o fortalecimento da dignidade humana.
A cerimónia de graduação, que reuniu centenas de finalistas, docentes e convidados, foi marcada por um forte apelo à união e à co-responsabilidade no desenvolvimento do país, num momento em que Moçambique continua a enfrentar desafios políticos, sociais e económicos que exigem diálogo e cooperação entre todos os sectores da sociedade.