O internacional moçambicano, Reinildo Mandava, prestou uma entrevista ao jornal espanhol Marca, tendo referido que com a sua ida ao campeão daquele país, todos os moçambicanos tornaram-se adeptos dos colchoneros. Mandava falou da sua integração e da relação do João Félix, internacional português.
Já não é novidade ter Reinildo Mandava no onze inicial do Atlético Madrid, desde que chegou ao campeão espanhol. O lateral esquerdo chegou para revolucionar a defensiva dos colchoneros, tendo, inclusive, parado Cristiano Ronaldo nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
Por isso mesmo, Mandava mostrou-se orgulhoso pela sua performance no Madrid, realçando o facto de ter estado ansioso em jogar num grande do futebol espanhol e, quiçá, mundial.
Falando ao jornal espanhol Marca, Reinildo Mandava reconheceu que tudo fez para chegar à equipa rojiblanco. “Estava sempre ansioso por isso. Falei com o meu empresário porque queria, queria, queria o Atlético. Queria fazer tudo para jogar aqui”, disse o internacional moçambicano.
Em princípio, o defesa desembarcou no Wanda Metropolitano para actuar como lateral-esquerdo, mas após a mudança de sistema imposta por Diego Simeone, o jogador formado no Ferroviário da Beira se firmou como um polivalente na defesa, jogando tanto na ala como a central.
“Sou mais um para ajudar. O treinador me deu a oportunidade de jogar como terceiro central e estou feliz. O importante é a equipa alcançar nossos objectivos”, disse ao Marca, referindo ainda estar orgulhoso por ser titular. “Motivo de orgulho é porque, como você diz, é muito difícil chegar e jogar. Mas trabalho todos os dias com meus companheiros da equipa e com apoio da equipa técnica. Foi assim que minha adaptação tem sido muito fácil”, explicou Mandava.
Reinildo Mandava chegou ao Atlético de Madrid no mercado de inverno, proveniente do Lille, e reencontrou João Félix depois de se terem cruzado no Benfica. Sobre o seu companheiro de equipa, Mandava não se fecha a elogios.
“Conheci-o no Benfica, estava a começar. Era um menino, eu sabia que era um craque. Mas, quando cheguei a Espanha vi que era mais do que o que eu pensava”, atirou em declarações ao jornal Marca.
Recorde-se que o português e o moçambicano cruzaram-se no emblema da Luz em 2016, ao serviço da equipa B.
Além das recordações dos tempos de João Félix nas águias, Reinildo abordou também as dificuldades que marcaram a sua infância.
“É o realizar de um sonho de uma pessoa que nasceu numa família muito pobre. Perdi o meu pai com oito anos, com irmãos. Nasci numa família de futebolistas: o meu pai, o meu avô… É um orgulho, para mim e para os meus pais. É uma coisa que não me foi dada, eu trabalhei para conquistar isto e estar aqui. É um motivo de orgulho para mim e para a minha família. Todos sabem a minha história, como comecei, como fazia 50 minutos a andar para ir treinar. Saía do treino cansado, com fome, sabendo que não ia comer. Superei tudo e agora estou aqui, essa é a verdade”, referiu.
Sobre ser moçambicano e receber apoio dos moçambicanos, o internacional moçambicano não se fez de rogado e indicou que todos que apoiam o jogador são, agora, adeptos do Atlético Madrid. “Agora, 35 milhões de habitantes de Moçambique são do Atlético. Todo mundo assiste TV. Todos, todos. Quando eu volto eles têm muito respeito por mim e me têm como exemplo. Todo mundo conhece minha história. Que é possível chegar ao topo com trabalho e dedicação. Faz-me sentir orgulhoso que mais de 35 milhões de pessoas me seguem”, frisou o jogador moçambicano.
Reinildo Mandava terminou a pedir que todos continuem a depositar confiança em si e prometeu que “sempre vai trabalhar a 120% para buscar sempre o melhor para o equipa e selecção”.
