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Reconstrução pós-Idai: concluídas apenas 300 das 15 mil casas previstas em Sofala

O processo de reconstrução de casas pós-ciclone Idai, em Sofala, está muito atrasado, tendo em conta o que estava previsto em termos de calendarização. Até Setembro deste ano, segundo dados apurados pelo “O País”, devem ser intervencionadas 15 mil casas em quatro distritos, mas, até ao momento, apenas 300 é que foram concluídas.

A passagem do ciclone Idai pela Beira, em Março de 2019, causou mais de 600 mortos, afectou um milhão e meio de pessoas e destruiu casas, escolas, unidades de saúde, rede eléctrica e a rede de comunicação.

O esforço do Governo e parceiros para contribuir na melhoria das condições de habitabilidade de milhares de pessoas que viram as suas residências serem destruídas parcial ou totalmente pelo ciclone Idai, há cinco anos, está longe de ser concluído.

Este facto foi revelado pelo Gabinete de Reconstrução pós-Idai, durante uma visita de monitoria do Banco Mundial, financiador do projecto. O gabinete explicou que a fase de preparação do projecto foi muito longa.

“Tivemos um processo de inquérito para seleccionar os 15 mil agregados. Tivemos, também, um processo longo para esclarecer as reclamações que são legítimas, porque a demanda que nós temos é superior à capacidade disponível em termos de recursos.

Então, isto levou o seu tempo. Contratámos ONG e agências das Nações Unidas que estão a trabalhar connosco. Foi um processo também logo, desde a preparação, contratação de artesãos até podermos iniciar a primeira casa. Foi um desafio bastante grande”, explicou Luís Mandlate, director do Gabinete de Reconstrução Pós-Idai.

Finais de Setembro é o prazo limite previsto para a reconstrução das 15 mil casas, um prazo que dificilmente será cumprido, dado o volume de trabalho.

“Para o volume de trabalho que temos de realizar, e olhando para onde estamos, é um desafio para o qual temos de encontrar repostas e estruturar, no sentido de trabalharmos até lá. Entretanto, estamos a trabalhar no sentido de maximizar a nossa produção.”

Lurdes Gamulange, uma das beneficiárias do projecto, recordou com tristeza o momento em que a sua casa foi destruída pelo Idai.

A Missão do Banco Mundial, que não quis pronunciar-se sobre a execução dos projectos de reconstrução pós-Idai, visitando as obras dos edifícios estatais no centro da cidade e interagindo com os beneficiários do programa de subvenções equivalentes.

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