O Presidente da República não esperava que a França emitisse um comunicado a pedir que os seus cidadãos não vão a Cabo Delgado. Segundo Filipe Nyusi, Moçambique esperava uma posição de ajuda vinda da França, não de criação de alarme. E mais, o Chefe de Estado desconfia que esta carta não tenha sido escrita depois dos ataques, mas, que a França estivesse à espera de um momento destes, momento que, para ele, pode ter sido forjado.
Há alguns dias veio a público um comunicado da embaixada francesa, em que dizia que “é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades”, isto devido “à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma”.
O posicionamento francês surpreendeu o Chefe do Estado de Moçambique. “Normalmente, como amigos, esperávamos um comunicado a dizer ‘face ao que está a acontecer agora nós vamos, mais uma vez, apoiar’ e trabalharmos juntos”, manifestou a sua expectativa o Presidente da República.
Para o Chefe de Estado, estes pronunciamentos só podem justificar-se uma agenda “alinhada e integrada”, porém, “o alinhamento ninguém o conhece, mas nós temos de respeitar a agenda e respeitar”.
E mais, Filipe Nyusi “duvida” que a mensagem seja nova “se calhar a mensagem já esperava um momento… agora, se é um momento forjado ou natural, isso é outra coisa, mas nós vamos respeitar e não há que questionar”, declarou.
O Presidente caracteriza o momento em que saiu o comunicado como sendo de luta “árdua” para provar ao mundo que o país está a fazer tudo para combater o terrorismo. Outro ponto que Filipe Nyusi não deixou de recordar é que “nós não dissemos que o terrorismo acabou, então este comunicado será para a vida toda”.