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Quelimane debate avanços e recuos nos 30 anos do processo de paz no país

Foto: O País

A cidade de Quelimane irá acolher, nos dias 29 e 30 de Setembro deste ano, uma conferência internacional atinente à celebração dos 30 anos do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma. O simpósio estará assente em cinco pilares, nomeadamente pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria.

De acordo com o Padre Filipe Sungo, reitor da Universidade Católica de Moçambique (UCM), patrona da iniciativa, “a arquitectura da paz desenha-se, nos nossos dias, mediante uma base de diálogo e de reconhecimento das sociedades que são, cada vez mais, multi-étnicas, multi-religiosas e multi-culturais. Neste contexto, importa referir que a diversidade deve ser percebida como uma riqueza e não como uma ameaça. A coesão social só será possível quando todos reconhecermos que a plataforma de diálogo deve inspirar-se, sempre, nos valores decorrentes dos Direitos Humanos”.

Sungo, que falava numa conferência de imprensa na cidade da Beira, nesta terça-feira, que tinha como objectivo fazer o lançamento da conferência internacional, acrescentou que a UCM “irá debater questões sobre os avanços, recuos e as práticas no processo de construção da paz em Moçambique, numa altura em que todos testemunhamos os horrores do terrorismo em Cabo Delgado, os conflitos étnicos em África e, mais recentemente, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.

É perante estes factos, continuou Sungo, que urge promover a conferência em alusão, com o objectivo de promover a paz, diálogo, cooperação, cidadania e segurança humana, “todas condições primordiais para o desenvolvimento sustentável. Enquanto Universidade Católica, temos o dever imperioso de contribuir para uma tentativa de buscar soluções baseadas no conhecimento científico, sempre inspirado na nossa cultura e matriz identitária: a paz só será uma realidade quando todos reconhecermos que a nossa “Casa Comum”, como refere o nosso querido Papa Francisco, implica um compromisso ético e social, por parte de cada um de nós”.

A UCM pretende, por outro lado, contribuir para a reconciliação nacional, proporcionando um ambiente são para o debate científico académico em torno de cinco eixos com destaque para segurança “que constitui nos nossos dias uma preocupação emergente e planetária”.

O evento contará com cerca de 200 participantes, entre os quais nacionais e estrangeiros, sendo a destacar os protagonistas do Acordo Geral de Paz, políticos nacionais, estrangeiros e académicos.

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