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Quatro décadas de cultura celebradas à moda moçambicana

A Casa da Cultura da cidade de Maputo, antes Casa da Cultura do Alto-maé, completou 40 anos de existência no passado mês de Fevereiro. Porque nunca é tarde para comemorar, a celebração das quatro décadas vai acontecer nesta semana, nos dias 31 deste mês e 2 de Junho, no edifício daquela instituição.

Dança, teatro, exposição de artesanato, pintura, e, claro, música moçambicana, tocada e cantada por alguns dos músicos que muito fazem pela cultura nacional, estarão presentes na avenida que vai ser fechada para acolher o show.

Wazimbo, Xidimingwana, António Marcos, Fernando Luís, Hortêncio Langa, Yolanda Kakana, são alguns dos artistas que se farão presentes, no segundo dia do evento.

E porque a cultura não é só sentida pelos ouvidos, mas vista, percebida e apreciada pelos olhos, a arte estará presente no dia da abertura das celebrações com nomes de Noel Langa, João Timba, Bata, Jorge Dias, Mankeu, Manhiça, Kheto, Abdul Satar, Idasse Tembe, Marcos Pfuka, Ndlozi e Mwandu.

A Casa da Cultura tem como principal objectivo a formação de artistas nas mais diversas actividades relacionadas à arte, desde música, dança, teatro e pintura, como explica o Director da Casa da Cultura da Cidade de Maputo, Jorge Langa: “O objectivo principal das casas da cultura pelo Governo, é, fundamentalmente, o ensino de iniciação artística, ou seja, constitui tarefa da casa da cultura ensinar as crianças, adolescentes, jovens e adultos, a arte”.

Jorge Langa acrescenta ainda que “procuramos ensinar não só o que a pessoa quer aprender, mas o que ela precisa saber. Não basta aprender a tocar uma guitarra, é preciso também tocar um piano ou até mesmo uma timbila. É importante, como músico, ter conhecimento da teoria que gere a música, entender as notas musicais, dominar mais de um instrumento, nós procuramos ensinar a teoria e a prática. Na dança acontece o mesmo, não nos focamos somente em um estilo de dança, mas em todos os possíveis, desde as danças tradicionais às contemporâneas. A Casa da Cultura forma, com o objectivo de criar futuros profissionais da arte, contribuindo assim para o desenvolvimento da cultura em Moçambique.

Questionado sobre como tem sido manter a casa da cultura, Langa assume que “é um grande desafio. Pela nossa vocação, somos uma instituição que lida com pessoas das mais diversas faixas etárias, por exemplo, actualmente, temos um trabalhado com meninos de rua, tentando criar e descobrir neles o gosto pela arte, mas, infelizmente, os mesmos têm, algumas vezes, comportamentos atípicos e acabam por partir e estragar os objectos, danificando tanto os bens como a instituição. Assim, temos que nos preocupar com situações que, normalmente, não deveriam ocorrer, mas este é só um exemplo dos desafios que enfrentamos para manter a instituição”.

Para Jorge Langa, o maior êxito vivido pela Casa da Cultura foi na época em que todos os eventos culturais eram ali planificados.

Actualmente, a Casa da Cultura da Cidade de Maputo desempenha actividades como: formação de músicos, dançarinos, actores, pintores, produção de festivais, saraus e concursos.

Para além da Casa da Cultura da Cidade de Maputo, existem casas da cultura provinciais, em Tete, Manica e Niassa, constituindo plano do governo a criação de mais casas da cultura em todas as províncias do país.

 

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