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Quase metade de graduados em Medicina reprova no teste de certificação

Concluíram o curso de licenciatura em medicina, mas ainda não podem ser médicos. Esta é a situação na qual se encontram 85 graduados em medicina geral, de um total de 175 que prestaram exames de certificação médica submetidos pela Ordem dos Médicos de Moçambique.

Os resultados foram tornados públicos esta semana e são relativos a um total de 241 candidatos avaliados, 66 dos quais em medicina Dentária.

É a segunda vez que a Ordem dos Médicos de Moçambique submete os recém-formados em medicina a um exame de avaliação das competências teóricas e práticas. Na primeira, houve somente 43 candidatos da Universidade Eduardo Mondlane, todos aprovados.

De acordo com a ordem, a avaliação tem como objectivo principal garantir que os médicos que trabalham no Sistema Nacional de Saúde sejam competentes.

Na certificação para a medicina geral, a Universidade Lúrio (UniLúrio) teve um total de 30 candidatos, dos quais seis foram aprovados e 24 reprovados. A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) teve um total de 84 candidatos, dos quais 55 aprovados e 29 reprovados. A Universidade Católica (UCM) teve quatro candidatos, dos quais apenas um aprovado e três reprovados. O Instituto Superior de Ciências e Tecnologias (ISCTEM) teve um total de 17 candidatos, dos quais oito foram aprovados e nove reprovados. O Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande (ISCTAC) teve um total de 21 candidatos, dos quais sete foram aprovados e 14 reprovados. Em relação aos médicos formados no exterior, num total de 19, foram aprovados 13 e reprovados seis.

Já em medicina Dentária, o ISCTEM teve um total de 13 candidatos, dos quais 10 foram aprovados e três reprovados. A UniLúrio teve um total de 19 candidatos, dos quais 14 foram aprovados e cinco reprovados. A UniZambeze teve 30 candidatos, dos quais 11 foram aprovados e 19 reprovados. E dos quatro médicos formados no exterior, três foram aprovados e um reprovado.

Na lista dos outros países onde se formaram os referidos médicos, destaque para Congo, Cuba e China.

Estes resultados são tornados públicos numa altura em que o país tem um rácio médico/paciente muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, com um médico para 18 mil habitantes.

Má qualidade da formação

O bastonário da Ordem dos Médicos disse que o número de reprovações no exame de certificação médica é elevado e pode ser reflexo de má qualidade da formação. “Nós sabemos que há muitas faculdades sem condições ideais para formação de médicos, uma área com especificidades próprias. Mas não temos como intervir, porque não participamos no licenciamento dessas instituições”, disse Eugénio Zacarias

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