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Quarenta e três toneladas de produtos diversos entregues aos refugiados nacionais no Malawi

Foto: O país

Produtos alimentares, de higiene, quantidades de roupas usadas e muitos outros produtos foram canalizados esta quinta-feira pelo Governo moçambicano às autoridades do distrito de Nsanje, em Malawi. Ontem, pelo menos dois camiões chegaram ao centro de acomodação de Bangula, onde se estima que pelo menos 900 famílias estejam alojadas.

Eram por volta das 16 horas de quinta-feira quando dois camiões contentorizados vindo de Moçambique chegaram ao centro de acomodação de Bengula, distrito de Nsanje, em Malawi. O momento foi marcado pela alegria das famílias moçambicanas, por se tratar de uma ajuda do Governo moçambicano, que vai minorar o sofrimento das famílias que escalaram Malawi para buscar refúgio, depois de fustigadas pela depressão tropical ANA em Janeiro.

No referido centro, por sinal o que mais alberga moçambicanos dos nove disponíveis, as famílias estavam a passar por muitas necessidades à semelhança de outros centros de acomodação. A presidente do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), Luísa Meque, chegou na tarde de quinta-feira ao Malawi e imediatamente foi visitar três centros de refugiados moçambicanos naquele país.

No terreno, foi possível notar algo diferente. É que algumas famílias receberam tendas, mas as necessidades continuam. Na sua primeira intervenção com os refugiados num dos centros, a presidente do INGD começou por enaltecer o envolvimento do Governo malawiano no apoio aos moçambicanos.

“Estamos aqui para agradecer o apoio que o Governo do Malawi tem prestado aos nossos compatriotas que vieram em busca de refúgio. Reconhecemos que não tem sido fácil alocar alimentos para todos aqui. Por isso, nesta viagem, trouxemos algum mantimento, materiais de higienização, lonas, entre outros. Vamos entregar estes materiais às autoridades malawianas que, na sequência, saberão fazer chegar não só aos moçambicanos, como também aos malawianos que também sofreram os efeitos da depressão tropical ANA”, disse Luísa Meque.

A presidente do INGD fez saber que, assim que começou a circular nos órgãos de comunicação social o drama humanitário dos moçambicanos no Malawi, o Governo não relaxou. Segundo disse, desdobrou-se junto da Embaixada no Malawi para a localização de cada moçambicano no centro de acomodação para melhor planificar a questão da ajuda necessária. “Reconhecemos que não é suficiente. Sabemos que esta ajuda não será a mesma coisa que cada um na sua casa, mas acreditamos que estes produtos vão ajudar”.

Referiu que as águas do lado do distrito de Morrumbala, na província da Zambézia, com particular destaque no rio Chire, estão a baixar, e que, assim que a situação estiver normalizada, as famílias deverão regressar às suas zonas de origem. “Da informação que temos da nossa Embaixada, estimamos a presença de cerca de duas mil famílias moçambicanas no Malawi refugiadas. Os dados são preliminares, o trabalho vai continuar a ser feito para apurar a real situação”, disse.

Entretanto, alguns moçambicanos no Malawi dizem que, de algum tempo a esta parte, as condições de vida têm estado a mudar. Apesar de escassas, algumas famílias receberam tendas.

Já o alto-comissário de Moçambique no Malawi, Elias Zimba,  diz que a chegada dos produtos para assistência às famílias que passam por drama humanitário representa balão de oxigénio. “Sem dúvidas, isso vai ajudar e os produtos representam um alívio para nós deste lado. Vamos trabalhar para que, nos próximos momentos, possamos ser mais proscritos para podermos prever cada cenário”, referiu.

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