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Província de Tete já tem vacinas contra cólera

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, as doses chegaram atrasadas àquela província devido à escassez e elevada procura no mundo. A Organização Mundial da Saúde diz que a falta ocorre porque há apenas um produtor no mundo.

A cólera já causou a morte de mais de 100 pessoas em Moçambique, e mais de 15 mil doentes encontram-se internados. A Organização Mundial da Saúde chegou a considerar, no último sábado, que este é o pior surto dos últimos 10 anos no país.

A última campanha de vacinação contra a doença devia ter abrangido a província de Tete, mas o défice de doses no mundo fez com que chegasse tardiamente à província.

O gestor nacional para resposta à cólera, no Instituto Nacional de Saúde (INS), José Paulo Langa, disse que a vacina chegou a Tete esta segunda-feira, e a vacinação, com início previsto para breve, vai abranger os distritos de Angónia, Mutarara, Doa e cidade de Tete.

A situação da doença tende a melhorar em alguns pontos do país, mas há ainda províncias em situação crítica.

“A cidade de Quelimane e a província da Zambézia têm agora cinco distritos com surtos activos, mas também temos a província de Sofala, principalmente a cidade da Beira, que, apesar de ter números menores em relação à Zambézia, tem-nos preocupado e outro ponto que nos continua a preocupar é a cidade de Chimoio (Manica)”, avançou José Paulo Langa, gestor nacional para resposta à cólera, no INS.

Quanto à escassez da vacina, o representante da Organização Mundial da Saúde, Severin Von Xylander, esclarece que o facto decorre do desinteresse da indústria farmacêutica pela produção do medicamento.

“Não é um mercado muito lucrativo; as grandes indústrias farmacêuticas não estão interessadas nesse produto. Neste momento, há só um produtor da vacina. A OMS estima que existem outros, como na África do Sul, mas produzir uma vacina é complicado e não acontece de dia para outro”, Severin Von Xylander, representante da Organização Mundial da Saúde.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, o país administra apenas uma dose da vacina, dos dois milhões de doses recebidas para conter a emergência. Para completar a dosagem, são necessários mais dois milhões e, em função do surgimento de novos focos da doença, a quantidade pode aumentar.

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