Os produtores de sal, da província da Zambézia, estão em primeira reunião no distrito de Namacurra, para a criação da cooperativa de produção, processamento e comercialização. A reunião é organizada pela Direcção Provincial da Indústria e Comércio da Zambézia.
A criação da cooperativa visa trazer todos os salineiros ao associativismo, uma vez que mais de 170 dos duzentos existentes na Zambézia ainda não estão associados. Pretende-se, para além da criação da cooperativa, processar o sal, iotizá-lo e colocá-lo no mercado de forma organizada.
De acordo com a directora provincial da Indústria e Comércio, Vera Godinho, o fim último é tirar a comercialização do sector informal para formal, no sentido de se criar uma base tributária para contribuição de receitas aos cofres do Estado.
Segundo disse, estima-se que, anualmente, perto de duas mil toneladas de sal são produzidas na Zambézia, mas os preços são praticados de forma não padronizada e sem ganhos para o Estado.
Luísa Pedro, uma produtora de sal do distrito de Pebane, fez saber que a falta de uma cooperativa cria retrocesso nos ganhos de produção. “Veja que estamos a gastar muito dinheiro para transportar o sal, os ganhos são quase nulos. Espero que, depois da criação da nossa cooperativa, estejamos mais organizados e com o apoio do Governo para invertermos o actual cenário.”
Para Arlindo Mendes, outro produtor de sal baseado em Quelimane, o associativismo poderá trazer ganhos na regulamentação da actividade. “Como se sabe, se estivermos mais organizados, juntos podemos suprir as necessidades que apoquentam a produção, nomeadamente transporte, ionização, financiamentos, entre outras dificuldades”.
A reunião vai durar dois dias e termina na sexta-feira. A província de Zambézia conta com 192 salineiros, distribuídos pelos distritos de Inhassunge (133), Namacurra (24), Pebane (33) e cidade de Quelimane com apenas dois.