Os supostos terroristas instalados em Cabo Delgado podem estar a traficar drogas. A suspeita do narcoterrorismo foi confirmada pela Procuradoria Provincial de Cabo Delgado, durante a incineração de mais de 250 quilogramas de drogas, das quais contam 28 quilogramas de heroína, supostamente apreendidas nas zonas que eram controladas pelo grupo armado, que, há cerca de quatro anos, vem protagonizando actos de terror contra civis e militares.
“A heroína foi apreendida pelas Forças de Defesa e Segurança num dos edifícios que era ocupado pelos terroristas. Os donos da droga puseram-se em fuga durante os combates, mas, mesmo assim, foi aberto um processo-crime contra desconhecidos”, revelou Ângelo Sueta, porta-voz da Procuradoria Provincial de Cabo Delgado, sem indicar o lugar e data da apreensão.
Segundo explicou a fonte, “suspeitamos que estejamos diante um caso de narcoterroristas, porque pela quantidade apreendida, dá para entender que não era para consumo, talvez fosse para tráfico”.
A heroína, que supostamente foi apreendida numa das zonas libertadas, foi incinerada no pátio da Penitenciária Provincial de Cabo Delgado e foi testemunhada pelo procurador-chefe provincial, juiz presidente do Tribunal Judicial da Província e agentes dos Serviços de Investigação Criminal e de Informação e Segurança do Estado (SISE).
“Além de vinte e oito quilogramas de heroína, incinerámos vinte e quatro de cocaína, apreendida na orla marítima em Pemba, cento setenta e nove quilogramas de efedrina apreendida no bairro Cariaco, e vinte e dois quilogramas de cannabis sativa, vulgo soruma. Estas quantidades mostram que há uma reincidência do tráfico de droga na província de Cabo Delgado”, disse Sumail Sabil, porta-voz dos Serviços de Investigação Criminal em Cabo Delgado.
Em apenas um ano, as autoridades da Justiça incineraram quase uma tonelada de droga em Cabo Delgado, uma província considerada corredor de tráfico internacional de drogas.