O País – A verdade como notícia

PRM em Maputo quer reduzir acidentes de viação na quadra festiva

Foto: O País

Mais de mil pessoas morreram vítimas de acidentes de viação em todo o país, no ano passado. O mês de Dezembro foi um dos mais sangrentos, com o registo de 100 óbitos. Para evitar que o cenário se repita, na presente quadra festiva, a Polícia está a intensificar a fiscalização rodoviária.

Ao longo da Estrada Nacional Número Quatro (EN4), as brigadas da Polícia promoveram uma campanha de sensibilização para a prevenção dos acidentes de viação durante a quadra festiva.
A sinistralidade rodoviária é responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas por ano, em todo o mundo e Moçambique está no rol das estatísticas de países com maiores índices. Os dados evidenciam o facto.

Só para se ter uma ideia, do total de 1027 acidentes de viação que o país registou no passado, cerca de 315 ocorreram nos meses de Setembro e Dezembro.

No rol das estatísticas nacionais sobre a sinistralidade rodoviária, a província de Maputo ocupa o quarto lugar, atrás da capital do país, Gaza e Inhambane.

A província de Maputo quer, na presente época festiva, mostrar que aprendeu a lição com os acidentes do passado, fez o TPC e quer colocar em prática novas estratégias para reduzir a sinistralidade rodoviária.

“Queremos que todos nós possamos passar as festas com boa saúde, calmaria e sem choros, sobre choros que vêm da estrada”, ansiou Afonso Miquichone, comandante da Polícia da República de Moçambique na província de Maputo, interagindo com os condutores e passageiros.

E foi a partir da estrada que a brigada de fiscalização rodoviária reforçou mensagens de condução segura durante a quadra festiva para evitar o derramamento de sangue.

“Se forem a perceber que a velocidade é excessiva, a condução não é defensiva, é um pouco violenta, denunciem de modo a reduzir os índices de acidentes de viação”, apelou Leonel Cossa, director da Ordem na Província de Maputo, falando aos utentes de transporte público.

E durante a quadra festiva, haverá mais sensibilização, porque o objectivo é atacar o factor comportamento humano. “A sensibilização visa, essencialmente, trabalhar no factor homem.

Quem pensa em fazer ultrapassagem irregular é o homem, quem circula em velocidade excessiva é o homem, quem circula sabendo que está fatigado é o homem. É por isso que achamos que mudando a opinião do homem, poderemos ganhar mais”, indicou Afonso Miquichone.

O troço da EN1, no distrito da Manhiça, considerado corredor de morte, vai merecer especial atenção das autoridades.

“Temos muitos postos ao longo da via Marracuene–Manhiça, que são de observação. Portanto, o nosso plano operativo para esta quadra festiva dá prioridade a este troço para que não seja palco de derramamento de sangue”, revelou o comandante da PRM na Província de Maputo.

Mortes que não foram poucas, segundo as estatísticas do ano passado. Dos 1027 acidentes de viação registados no ano passado em todo o país, 398 foram do tipo atropelamento, 168 choques entre carros e 202 de despiste e capotamento. O terror na estrada matou, em 2021, mais de mil pessoas e, destas, o maior número, quase duzentas, perderam na província de Maputo.
E o balanço dos primeiros 10 meses deste ano não foi dos melhores, pelo menos para a província de Maputo.

“Não estamos bem. Olhando para os dados estatísticos, de Janeiro a Outubro deste ano, tivemos o registo de 123 casos de acidentes de viação contra 115 registado no igual período do ano passado. Nos óbitos, tivemos uma redução. Foram 128 óbitos contra 144, mas tivemos aumento em outras consequências. Tivemos 164 feridos graves contra 74, 200 ligeiros contra 74 e 87 danos avultados contra 71”, revelou Rodrigo Tchabana, porta-voz da Polícia de Trânsito na província de Maputo.

Para inverter este cenário, diga-se, preocupante, a brigada de fiscalização não vai atacar apenas o comportamento humano. “Durante este período, vamos reduzir a fiscalização, mas vamos intensificar a sensibilização, vamos trabalhar na educação do homem, vamos chamar à razão, à consciência. Teremos alguns postos de observação e controlo de velocidade”, destacou o porta-voz da Polícia de Trânsito na província de Maputo.

A REVIMO diz que não será possível acabar com os acidentes de viação no país e defende que se mantenha o que chamou de realidade sustentável. “Não podemos ter situações em que acidentes evitáveis nos aconteçam sem nenhuma explicação. Por exemplo, o estacionamento de camiões nas bermas da estrada, isso não pode acontecer”, referiu Alexandre Nhampossa, presidente da REVIMO.

Na missão de reduzir a sinistralidade rodoviária durante a quadra festiva, a Polícia socorre-se de três planos, nomeadamente: Tsakane, Stop acidentes de viação e Zalala.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos