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Primeiro stock de gesso chega ao HCN para minimizar escassez

Foto: O Pais

Já há gesso no Hospital Central de Nampula (HCN). Os pacientes que foram tratados com papelão, podem, agora, ser engessados com material apropriado, com a chegada do primeiro stock de gesso, na noite de segunda-feira, à cidade de Nampula.

O ambiente já é diferente na sala do Hospital Central de Nampula, pois o papelão que foi anteriormente usado para tratar os pacientes ja foi removido, e os pacientes podem ser tratados com gesso ou tala gessada.

Faizal Herminio diz estar muito satisfeito, pois a primeira vez que foi ao hospital colocaram tala em seu pé, devido a falta de gesso. “A primeira vez puseram tala, porque não tinha gesso”.

Outra paciente que sentiu na pela as consequências da falta de gesso é Domingas Francisco. “Tive um acidente de viação quando tentava atravessar a estrada. Vim ao hospital, marquei a consulta e coloquei uma tala, no entanto, acabei molhando a tala, e comecei a sentir que estava a ficar inchado. Então, voltei hoje para marcar controle, e recebi o tratamento que estava a espera, colocaram-me uma tala gessada”.

É o primeiro stock de gesso que chegou de avião à cidade de Nampula, na noite desta segunda-feira, 15 de Julho, tal como tinha prometido o ministro da Saúde.

Hermenegildo Hua, médico ortopedista, explica que depois de um longo período de escassez de gesso, foram recebidos cerca de 2500 rolos, que acredita ser uma quantidade suficiente para fazer um tratamento adequado. “Assim também podemos evitar complicações que resultam de tratamentos pouco recomendados em caso de trauma”.

O médico ortopedista diz ainda que este lote recebido deverá servir para as duas próximas semanas e “há esperança de receber mais gesso de forma a suprir as necessidades”.

“Era muito complicado atender pacientes com trauma devido a falta de gesso, visto que estava a ser usado um tratamento alternativo. Tínhamos dificuldade para manusear este material, afinal não é o recomendado para o tratamento de fraturas, o que também levava a complicações. Houve casos de consolidações viciosas, isto é, osso que não se colou na devida posição”, explica Hermenegildo Hua.

Os pacientes que foram tratados com papelão, segundo avança Hua, serão submetidos a uma avaliação médica, para, caso haja necessidade, serem feitas as devidas correções. “Todos aqueles que tiveram o tratamento com papelão e complicaram com consolidações viciosas têm a possibilidade de ter a sua situação controlada, isto é, corrigir todas as situações anómalas que ocorreram devido a falta de gesso”.

A urgência de ortopedia e traumatologia no Hospital Central de Nampula atendeu mais de quatro mil e quinhentos casos, só nos primeiros seis meses deste ano.

 

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