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Primeira-dama faz doações a vítimas das cheias na Província de Maputo

Foto: O País

A presidente da OMM e Primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi, dirigiu, esta terça-feira, um movimento de solidariedade, que levou toneladas de alimentos e outros produtos para a Província de Maputo, que serão canalizados a cerca de sete mil vítimas das cheias que continuam nos 17 centros de acolhimento.

António Uthui, de 17 anos de idade, está há mais de uma semana sem aulas. Foi forçado a abandonar a sua casa, juntamente com os seus quatro irmãos e o seu pai, devido às cheias que atingiram o seu bairro, em Boane, tendo perdido até os cadernos.

“Eu estudava na Escola Secundária 25 de Setembro, mas agora já não estudo, porque a água da chuva me levou tudo e estou sem nada neste momento”, disse o adolescente.

A Escola Secundária Filipe Jacinto Nyusi, no bairro Capuane, em Boane, é um dos 17 centros de acolhimento, onde as salas de aula viraram armazéns, para guardar alimentos, roupas e outros bens que chegam àquele local como donativos. As carteiras escolares estão fora das salas, afinal as salas tornaram-se dormitórios, para o descanso dos que perderam tudo com as cheias, como é o caso de Fátima Macamo.

“Existimos e estamos bem, recebemos ajuda, passamos refeições, conseguimos dormir e temos vestuário. Não podem conseguir tudo, mas o pouco que dão recebemos e agradecemos”, afirmou a deslocada das cheias.

No centro de acolhimento, o número de deslocados está a reduzir.

“Quanto ao número das pessoas albergadas, há tendência de redução, porque no dia 12 de Fevereiro corrente recebemos 976 pessoas e actualmente temos 887 pessoas que aqui permanecem”, avançou o director da escola, que é, ao mesmo tempo, chefe do centro.

Ainda assim, é preciso continuar a canalizar ajuda para as sete mil pessoas que continuam nos centros de acolhimento, e é por isso que a presidente da Organização da Mulher Moçambicana e Primeira-dama, Isaura Nyusi, levou ajuda para as pessoas que mais necessitam neste momento.

“Neste movimento de solidariedade, o desejo da Organização da Mulher Moçambicana, OMM, e seus parceiros, é colocar à disposição das famílias afectadas bens e produtos não perecíveis, vestuário, cadernos, entre outros artigos de primeira necessidade como forma de contribuição para minimizar o sofrimento dos nossos concidadãos.

A ajuda é constituída por três toneladas de frangos, 25 toneladas de farinha de milho e 16 toneladas de açúcar.

Crianças, as chamadas flores que nunca murcham, mostraram que, apesar de tudo o que estão a passar, não estão mesmo a murchar e cantaram para a primeira-dama.

Na cozinha improvisada no recinto da escola, ecoavam cânticos enquanto os alimentos eram confeccionados.

“Estamos e prestaremos o nosso apoio moral e psicossocial como forma de motivar todos para o respeito rigoroso das medidas sanitárias indicadas pelo protocolo da Organização Mundial da Saúde, juntando-nos aos esforços do Governo na luta contra os impactos dos desastres naturais para evitar mais prejuízos humanos e materiais.”

Na Província de Maputo, há escolas nos distritos da Manhiça, Moamba, Marracuene e Boane, que servem de abrigo para pessoas deslocadas pela força da natureza.

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