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Previsão do crescimento económico divide FMI e administrador do Banco de Moçambique

O Fundo Monetário Internacional (FMI) volta a prever que a economia moçambicana vai crescer 1.4 por cento este ano. Por sua vez, o administrador do Banco de Moçambique, Jamal Omar, discorda e defende que Moçambique devia fazer algo “especial”, o que é pouco provável, para ter um crescimento económico positivo no presente ano.

O representante residente do FMI em Moçambique, Ari Aisen, sustenta a posição do Fundo Monetário explicando que a agricultura, apesar dos efeitos negativos da COVID-19, poderá registar um bom crescimento, que pela sua relevância, por sustentar quase 25 por cento da economia nacional, poderá ajudar o país a alcançar o Produto Interno Bruto (PIB) previsto pela instituição financeira internacional. Outro factor que justifica a posição do FMI é a previsão de crescimento dos sectores de água e energia, com a previsão de chuvas maiores neste ano em relação ao ano passado.

Já o administrador do Banco de Moçambique, Jamal Omar, diz que um crescimento positivo será muito difícil porque os principais parceiros comerciais de Moçambique estão a ser fortemente afectados pela pandemia, facto que vai prejudicar o país e também, outros sectores importantes do país, como por exemplo, o turismo, ou seja, a restauração e alojamento, estão a ser dramaticamente afectados.

Entretanto, o FMI alerta para o aumento dos investimentos no Sector da Saúde para Moçambique conseguir controlar a COVID-19, atendendo que o país tem um dos sistemas de saúde mais precários tanto ao nível da região da África Subsaariana, como no mundo.

Outro alerta do FMI vai para a protecção social que em Moçambique precisa ser reforçada, atendendo que uma pequena parte do Orçamento do Estado é direccionado a essa vertente.

Diz ainda o FMI que há espaço para o Banco Centrar cortar ainda mais a taxa de juro de referência e acima de tudo criar mais incentivos para os bancos comerciais fornecerem créditos mais baratos aos seus clientes neste contexto da pandemia da COVID-19.

Por fim, o FMI considera que os ataques nas regiões centro e norte do país continuam desafios e riscos para a economia nacional. Ari Aisen revelou ainda hoje, num fórum realizado através de plataformas digitais, que Moçambique é o quinto país, a nível mundial, que mais recebe assistência do Fundo Monetário Internacional.

Tanto o representante residente do FMI como o administrador do Banco de Moçambique defendem que a economia nacional poderá registar uma recuperação no próximo ano caso a pandemia da COVID-19 seja controlada no país ainda este ano e atendendo que alguns parceiros comerciais do país já estão a registar alguma estabilidade, neste momento, relativamente ao controlo à pandemia da COVID-19. Ambos preveem que a inflação continue controlada este ano e só registe um aumento em 2021.

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