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Presidente guineense recua e diz estar disponível para segundo mandato

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, diz que está disponível para continuar a ser Presidente da Guiné-Bissau, caso seja a vontade dos seus apoiantes, contrariando o discurso que fez na semana passada, segundo o qual não iria concorrer novamente à Presidência do país.

É um verdadeiro volte-face ao anúncio que fez na semana passada. Umaro Sissoco Embaló disse, na altura, que não se iria candidatar a um segundo mandato, após acatar os conselhos da sua esposa. Aliás, chegou a dizer que os guineenses merecem ser dirigidos por pessoas mais dignas.

Entretanto, falando este fim-de-semana, na reunião do Conselho Nacional de uma ala do Movimento para a Alternância Democrática, Umaro Sissoco Embaló admitiu que poderá ser candidato e afirmou estar à disposição dos cidadãos guineenses para enfrentar quaisquer ameaças.

Embaló conta com o apoio de um grupo de militantes do seu partido, que manifestaram apoio total a um segundo mandato.

O analista de Política Internacional, Julião Alar, diz não ter ficado surpreendido com a mudança de posicionamento por parte do governante porque já havia sinais de Embaló querer continuar no poder. 

“A decisão de Umaro Sissoco Embaló de ponderar recandidatar-se para a sua sucessão não é surpreendente. Apesar de ele ter dito que a família o aconselhou a não se candidatar, mas tudo indicava que estava a preparar-se para continuar no poder porque ele ainda não anunciou a data para a realização das eleições presidenciais”, disse o analista, acrescentando que Embalo continua obcecado pelo poder.

Mas, apesar de não haver nenhum impedimento constitucional para um segundo mandato de Umaro Sissoco Embaló, Julião Alar alerta para sérios riscos à estabilidade do país, tendo em conta o histórico de tensão e a influência de outros países da região. 

A realização de eleições presidenciais na Guiné-Bissau continua uma incerteza. Contudo, para já, vai a eleições legislativas no dia 24 de Novembro, após o Presidente ter dissolvido o parlamento no final do ano passado, antes de passar um ano após a escolha dos parlamentares, o que viola a Constituição do país.

A marcação das legislativas antecipadas vai contra a posição da maioria dos partidos representados na Assembleia Nacional Popular, que continuam a exigir a reabertura do Parlamento e a realização ainda este ano das eleições presidenciais e não legislativas, além da consequente eleição de novos dirigentes da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Supremo Tribunal de Justiça.

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