O Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou que não irá candidatar-se a um terceiro mandato em 2024. O Presidente do Senegal prometeu respeitar o limite de dois mandatos, afastando desta forma os receios de um retrocesso democrático no país.
Macky Sall, que dirige o Senegal desde 2012, fez ontem à noite um longo discurso à Nação transmitido pela televisão estatal.
Horas antes do discurso à Nação, o líder da oposição senegalesa, Ousmane Sonko, tinha prometido protestos em massa contra o Presidente, caso Macky Sall anunciasse a candidatura a um terceiro mandato, alegando que seria uma violação da Constituição senegalesa, escreve a DW.
Os rumores de que Macky Sall tentaria prolongar a sua permanência no poder alimentaram, desde 2021, episódios de agitação nas ruas do país, em que dezenas de pessoas foram mortas, e abalaram a reputação do Senegal como bastião de uma democracia estável em África.
Macky Sall diz que pretende manter a tradição democrática do país, refutando a ideia de ser uma decisão tomada devido a pressão popular provocada pelo seu opositor.
“Tem havido muita especulação e comentários sobre a minha candidatura a estas eleições. No entanto, nunca quis ficar refém desta injunção permanente de falar antes da hora, porque as minhas prioridades eram sobretudo a gestão de um país, de uma equipa governamental coerente e empenhada em agir para a emergência, sobretudo num contexto socioeconómico difícil e incerto’, justificou.
Alguns receavam que Sall seguisse o exemplo de outros líderes regionais, incluindo os da Costa do Marfim e do Togo, que utilizaram as alterações à Constituição como desculpa para redefinir o seu mandato e prolongar o seu poder.
Macky Sall diz que o Senegal tem outros líderes capazes de fazer emergir o país, por isso, não se candidatará à reeleição nas eleições de 2024.
A decisão de não prosseguir o controverso terceiro mandato, cujos rumores deram origem a protestos por vezes mortíferos, foi recebida com emoção pelos seus apoiantes.