O parlamento europeu é a favor da entrega de mísseis alemães Taurus à Ucrânia para fazer face ao combate a Rússia. A posição foi revelada por Roberta Metsola, líder do parlamento europeu que espera também pelo “sim” do Parlamento Federal Alemão.
Foi em uma entrevista, concedida este sábado, ao grupo de comunicação social alemão Funke, que o líder do Parlamento Europeu disse “Sim” que a entrega de armas de longo alcance há muito solicitada por Kiev, e garantiu que o parlamento europeu é também a favor.
Metsola apontou “um amplo apoio e consenso” em relação a esta exigência e espera ver alterações a este respeito em Berlim caso haja “uma mudança política correspondente após as eleições para o Bundestag (Parlamento Federal Alemão)” no início do próximo ano.
A presidente do Parlamento Europeu observou que a existência de “posições divergentes dentro da coligação de Berlim relativamente ao envio do Taurus” poderá significar que a mudança na recusa alemã em enviar estes sistemas para a Ucrânia poderá já ter ocorrido.
O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, opôs-se firmemente a esta opção, embora os seus parceiros de coligação, os Democratas Livres e os Verdes, tenham manifestado a sua aprovação.
O debate foi reavivado nos últimos dias depois de o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, ter autorizado o uso de mísseis norte-americanos ATACMS com um alcance até 300 quilómetros, cerca de metade dos Taurus.
Na semana passada, o líder do Kremlin, Vladimir Putin, confirmou ataques com ATACMS e mísseis britânicos Storm Shadow, dirigidos contra infraestruturas militares das regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk, numa mudança sem precedentes, em quase três anos de conflito, das posições de Washington e Londres em relação à utilização do seu armamento pelas forças ucranianas em território russo.
Num breve discurso à nação na quinta-feira, Vladimir Putin confirmou igualmente que a Rússia lançou no mesmo dia um novo míssil balístico hipersónico sem carga nuclear contra a região de Dnipro, no centro da Ucrânia.
O líder russo defendeu que o uso de armas ocidentais pelas forças ucranianas para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num “conflito global” e admitiu atacar os aliados de Kiev envolvidos.
Em resposta, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou a comunidade internacional a reagir, avisando para o aumento da “escala e brutalidade” do conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia, e insistiu no seu pedido a Berlim, sobretudo após a ratificação da nova doutrina nuclear de Moscovo, que aumenta as possibilidades de uso de armas atómicas.