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Presidente do BAD aponta reformas no banco como solução para mais investimentos do sector privado

Foto: BAD

O presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento destacou, ontem, que há necessidade de se efectuarem reformas na instituição para atrair investimentos do sector privado. Segundo Akinwumi Adesina, o mais capital do sector produtivo pode acelerar a transformação económica de África e enfrentar uma série de crises globais interligadas.

Ao discursar no Diálogo de Governadores, um evento importante das reuniões anuais do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina apelou para uma série de mudanças, tendo enfatizado que, sem reformas, seria impossível criar o que chamou de “banco de soluções adequadas à finalidade”, um banco capaz de aumentar o investimento do sector privado para os níveis necessários, de modo a satisfazer as necessidades do continente.

“Precisamos de ser ágeis, mais rápidos e receptivos… Só então o Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento poderá realmente ajudar a transformar África através do sector privado”, disse Adesina ao conselho de governadores do Grupo do BAD.

“Os desafios que enfrentamos são formidáveis, mas as oportunidades são igualmente abundantes”, afirmou Adesina, enfatizando a resiliência e o compromisso do banco em construir parcerias e inovar para aumentar a sua eficácia em escala.

Diante de desafios globais, desde tensões geopolíticas até mudanças climáticas, Adesina argumentou que os recursos governamentais, por si só, não são suficientes para impulsionar o desenvolvimento em África.

Para acelerar o investimento privado na África, o banco delineou cinco áreas-chave de foco. A primeira a preparação de projectos financeiros atraentes, onde a instituição financeira deve buscar agregar e aumentar as instalações de preparação de projectos para atrair investimentos significativos.

A segunda tem a ver com a mitigação de riscos e garantias, área na qual será estabelecida uma plataforma de garantia autónoma para África, agregando riscos e fornecendo garantias de crédito para atrair investidores.

Na terceira área, que compreende a avaliação justa de riscos, será criada uma agência africana de notação de crédito independente para fornecer avaliações imparciais de risco, combatendo preconceitos nas notações de crédito de países africanos.

Número quatro, o fortalecimento do fórum de investimento em África, em que o BAD investirá na sustentabilidade financeira do fórum, tanto dentro quanto fora da instituição.
Por fim, a quinta área-chave compreende a expansão do financiamento ao sector privado.

“O Banco Africano de Desenvolvimento planeia aumentar o seu financiamento ao sector privado, triplicando as operações de financiamento não soberanas para 7,5 mil milhões de dólares anuais, durante a próxima década. Isto exigirá uma análise séria do modelo de negócio do BAD, permitindo-lhe assumir mais riscos, ao mesmo tempo que dissocia os riscos do balanço do banco”, explicou Adesina.

Na mesma ocasião, Adesina acrescentou que África tem mais de 2,5 biliões de dólares em activos sob gestão de fundos de pensões, fundos soberanos, companhias de seguros e poupanças colectivas. Aproveitar criativamente estes fundos para o desenvolvimento pode ser transformador.

Além disso, Adesina enfatizou a importância de aproveitar os vastos recursos financeiros privados disponíveis em África, destacando o papel do BAD no apoio à criação de veículos de capital privado, como o Africa50.

“Hoje, a Africa50 investiu em empresas de infra-estruturas de carteira avaliadas em mais de 3 mil milhões de dólares. Investimos 20 milhões de dólares em capital no Fundo de Aceleração de Infraestruturas da Africa50, que está a mobilizar 500 milhões de dólares em capital privado para investimentos em infraestruturas”, explicou Adesina.

E mais, o presidente do BAD mostrou-se satisfeito por o Fundo ter atingido o seu primeiro fecho financeiro de 250 milhões de dólares em 2023 e ter atraído investimentos de 16 investidores institucionais em todo o continente africano.

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento também defendeu a criação de um grupo consultivo independente para o sector produtivo, seguindo o exemplo recente do Grupo Banco Mundial.

“Esta iniciativa visa promover uma colaboração mais estreita entre a instituição bancária e o sector privado, acelerando o progresso em direcção aos objectivos de desenvolvimento da África”, sustentou Adesina.

Por último, o líder do BAD referiu que a transformação do Banco Africano de Desenvolvimento para uma instituição mais ágil e orientada pelo sector privado reflecte um compromisso renovado com o crescimento económico sustentável e a melhoria das condições de vida em todo o continente africano.

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