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Presidente da Guiné-Bissau quer fim de casamentos prematuros

Foto: O Democrata GB

Além de proibir a mendicidade de crianças, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló afirmou, esta sexta-feira, que quer fim de casamentos prematuros, que têm sido uma prática em várias comunidades islâmicas do país.

“Não aceitem o casamento de ninguém. Nenhuma criança do sexo feminino deve ser dada em casamento. Quem vos der em casamento não aceitem, podem vir falar com o Presidente”, declarou Umaro Embaló aos fiéis muçulmanos que rezaram com o Chefe do Estado na Presidência da República, naquela que foi a primeira reza de sexta-feira do mês de Ramadão.

Após perguntar pessoalmente a cada uma das crianças o seu nome, idade e se anda na escola oficial, Embaló convidou-as a negarem qualquer intenção de casamento.

“Quem vos falar em casamento digam-lhe que não querem porque querem ir à escola”, afirmou Embaló a um grupo de crianças do sexo feminino que rezaram pela primeira vez no quintal do Palácio da República e avisou que quem o fizer será responsabilizado pelo Estado.

O Presidente guineense disse que a partir de agora “acabou essa coisa do casamento de crianças com 14, 15, 17 ou 20 anos”.

“As crianças têm de ir para a escola. Na Guiné-Bissau a escola oficial é em português, mas não impedimos ninguém de mandar a sua criança para a escola corânica”, observou Sissoco Embalo, que quer ver as crianças a formarem-se como médicas, engenheiras ou advogadas.

“Olhem-me para estas crianças, bonitas como são, e alguém pensa em dá-las em casamento. Não podemos continuar a aceitar isso”, referiu o Presidente guineense.

Quanto à questão dos talibés, crianças em processo de aprendizagem do Corão, mas que acabam na mendicidade nas ruas de Bissau ou de Dacar, no Senegal, Umaro Sissoco Embaló voltou a assinalar que o fenómeno “tem de acabar” na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense avisou que o mestre corânico que mandar qualquer criança para mendigar nas ruas de Bissau “vai ter problemas com o Estado” e que a ordem que deu ao ministro do Interior “é mesmo para cumprir”.

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