O país registou, em Agosto, uma subida do nível geral de preços na ordem de 2,75%, comparativamente a igual período do ano passado. Produtos alimentares, bebidas não alcoólicas e serviços de educação registaram maior peso para a subida do custo de vida no período em análise.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas revelam que os preços tendem a sufocar cada vez menos o bolso do consumidor, isto é, os níveis de subida são menos acentuados do que os anos anteriores ou, pelo menos, há tendência de estabilização. A última avaliação, feita com base em dados colhidos em oito cidades do país, indica que em Agosto a inflação homóloga caiu para 2,75%.
As divisões de educação, de alimentação e bebidas não alcoólicas foram as que tiveram maior subida de preços ao variarem com cerca de 6,18% e 5,28%, respectivamente, indica o Índice do Preço ao Consumidor.
“Relativamente à variação homóloga, todos os centros registaram uma subida do nível geral de preços. A Cidade de Quelimane registou a maior subida de preços com cerca de 5,34%, seguida da Cidade de Xai-Xai com 3,82%, da Cidade da Beira com 3,33%, da Província de Inhambane com 2,62%, e das cidades de Maputo com 2,51%, de Chimoio com 2,02%, de Nampula com 1,90% e de Tete com 1,27%”, escreve o INE.
Mas, o que estará por detrás dessa perceptível tendência de estabilização de preços? O economista Egas Daniel, convidado pelo O País a analisar os dados, disse que ser este o resultado da eficácia da política restritiva do Banco Central (medidas de política monetária) combinada à estabilização de preços das principais commodities no mercado internacional.
Entretanto, em Agosto o País registou uma deflação mensal de 0,11%. Isto significa que durante o mês foi registada uma ligeira queda de preços dos produtos essenciais, quando comparado ao mês anterior.
“Reflecte um cenário melhor de preços de mercadoria no mercado internacional, preço de commodities, combustíveis, cereais e outros produtos que Moçambique importa e que depende deles para sua economia”, avançou.
Na variação mensal por produto, é destaque a queda de preços da cebola (10,0%), do tomate (5,1%), do repolho (10,6%), do peixe seco (1,0%), da alface (7,4%), da couve (2,6%) e da farinha de milho (1,0%), que contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,19 pp negativos.
Este cenário é, no entender de Egas Daniel, optimista, por sinalizar uma tendência de estabilização de preços.
“Esta pequena redução de Agosto é quase imperceptível. Se um produto estava 100 meticais, passa para 99 e alguns centavos. Mas, pelo menos, é um sinal de estabilização de preços. Estamos a caminhar para o período em que o metical manteve o seu valor, períodos antes da pandemia”, explicou o economista.
Entretanto, há produtos que contrariaram a queda. São exemplos, o milho em grão (12,0%), o limão (48,6%), o quiabo (6,7%), às consultas em clínicas ou policlínicas, excepto de médicos dentistas (3,1%), os livros escolares (0,9%), o frango morto (1,0%) e a galinha viva (0,6%), contrariaram a tendência de queda de preços, ao contribuírem com cerca de 0,10 pp positivos no total da variação mensal.