O pão passa a estar mais caro a partir desta sexta-feira em Nampula. O Primeiro-Ministro reafirma que não haverá subsídio ao trigo, mas o Governo vai aumentar o número de beneficiários de assistência social de um milhão para dois milhões em todo o país.
O alimento mais consumido passa a estar mais caro a partir desta sexta-feira na província de Nampula. A subida do preço do pão foi anunciada através de uma nota afixada nas padarias, assinada pela Associação Moçambicana de Panificadores, delegação de Nampula e o aumento é de 1 a 3 meticais. É mais um reflexo do custo do trigo no mercado internacional, influenciado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, responsáveis por 30% do trigo consumido em todo o mundo.
O director de uma das moageiras que processam trigo, localizada na Zona Económica Especial de Nacala, com capacidade para 10 mil toneladas por mês, assume que o preço do saco de trigo subiu bastante e fala do stock disponível.
“Avisamos os nossos clientes – as padarias – sobre o custo de trigo que subiu de 1980 Meticais para 2280 Meticais por 50 kg”, disse Eugeni Matikiti, da fábrica Bakhresa Grain Milling, tendo acrescentado que “temos o trigo suficiente para abastecer a quatro províncias por três meses”.
O Primeiro-Ministro reconhece que a subida que se verifica no preço dos principais produtos que o país importa está acima das projecções que o Governo tinha feito quando elaborou o plano económico e social para 2022 e o respectivo orçamento, mas reafirma que subsídios são para esquecer, sendo que, para minimizar o impacto dos choques externos, o Executivo está a cortar algumas taxas e impostos na importação das principais commodities, como é o caso do combustível.
“Quando fizemos o programa e o orçamento deste ano, prevíamos a subida da matéria-prima, mas não na magnitude que se viu, isto é anormal, mas estamos a trabalhar, no sentido de a economia a funcionar e os impactos serem mais moderados”, avançou Adriano Maleiane.
E para os grupos mais carenciados, Adriano Maleiane fala de aumento do número de pessoas assistidas através do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), a nível nacional.
“Por causa de tudo isto, estamos a prever um acréscimo daquilo que estávamos a dar a cerca de um milhão de pessoas e é para mais um milhão ainda. Portanto, é um programa que está organizado para pelo menos mitigar, não vamos resolver para todos, mas, no mínimo, a política é não deixar ninguém sem apoio”, garantiu o Primeiro-Ministro.
O custo de vida, determinado pela inflação, poderá afectar as projecções de crescimento económico para este ano.