Barril do petróleo crude no mercado internacional registou a maior subida dos últimos sete anos e está a pressionar as empresas petrolíferas. AMEPETROL alerta que transportadores dos países da região estão a usar combustível moçambicano por ser mais acessível.
Novembro de 2021 foi a última vez em que o preço do combustível foi actualizado em Moçambique, subindo a gasolina de 62,50 para 69,94 Meticais por litro e o gasóleo de 57,45 para 61,71 Meticais por litro. Nessa altura, o barril do petróleo crude custava 84 dólares no mercado internacional.
Entretanto, até hoje, cerca de dois meses depois, o preço do barril já custava 88.44 dólares, uma subida histórica, segundo a associação que congrega os operadores petrolíferos do país. “Os níveis de custo actual do barril são os mesmos que ocorreram há sete anos, sensivelmente, em Outubro de 2014”, avançou Ricardo Cumbe, secretário-geral da Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL).
A estrutura do preço do combustível no país é influenciada por três factores, entre os quais o custo de importação na fonte. O secretário-geral da AMEPETROL adianta que o preço já se faz sentir nos países da região.
“Fazemos a vizinhança com a África do Sul que, hoje, olhando para a estrutura actual, a gasolina convertida ao câmbio de 4.16 (rands) dá 81 Meticais, comparado com os nossos actuais 69 Meticais”, exemplificou, acrescentando que “acontece também uma diferença em relação ao nosso diesel, que custa 61.70 Meticais, comparado com o preço de 79 Meticais na África do Sul. A diferença são 18 Meticais para o diesel e 12.5 para a gasolina”.
Na verdade, segundo a AMEPETROL, há um problema que surge pelo facto de os preços nacionais de combustíveis não estarem alinhados com os preços praticados pelos países da região da SADC. “O que acontece é que os consumidores daqueles países, sobretudo a área de transportes que carregam grandes mercadorias aqui, fazem uma pressão ao país e nós estamos a financiar com aquilo que são os nossos recursos”.
No entanto, esta “alta” do preço só poderá fazer-se no mercado nacional, daqui a pelo menos dois meses. A associação, que congrega 30 operadores, incluindo a Imopetro, Importadora Moçambicana de Petróleo, explica que está em articulação com as autoridades para mitigar os efeitos de uma eventual subida do preço do combustível.