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PR reafirma em Nova Iorque compromisso de Moçambique com igualdade de género 

O Presidente da República, Daniel  Chapo, reafirmou esta segunda-feira, em Nova Iorque, o  “compromisso inabalável de Moçambique com o empoderamento  das mulheres”, durante a Reunião de Alto Nível que assinalou o 30.º  aniversário da IV Conferência Mundial sobre a Mulher e da adopção  da Declaração e Plataforma de Acção de Beijing, considerada o  principal documento internacional em matéria de igualdade de  género, direitos das mulheres e empoderamento. 

Na sua intervenção, o Chefe do Estado destacou que, na  implementação da Agenda de Beijing, Moçambique definiu como  prioridades garantir às mulheres “liberdade da pobreza, através da 

promoção do acesso aos recursos produtivos e oportunidades  económicas”, bem como assegurar “zero violência, com foco  particular na erradicação do feminicídio e de todas as formas de  violência baseada no género”. 

O Presidente da República destacou os avanços registados desde 1995,  sublinhando a conquista da paridade de género no Conselho de  Ministros e no Parlamento, bem como progressos no acesso das  raparigas à educação. “Quase 50 por cento das raparigas no nosso  país estão matriculadas em todos os níveis de ensino; aumentámos o  número de partos institucionais de 48 por cento para 65”, afirmou. 

O Presidente frisou ainda a presença feminina em  posições de liderança nos mais altos órgãos de soberania do Estado,  citando como exemplos os cargos ocupados pela Primeira-Ministra,  Presidente da Assembleia da República, Presidente do Conselho  Constitucional e Presidente do Tribunal Administrativo. “Entre outros  avanços significativos alcançados nas lideranças de nível local, ainda  criámos mais de 30 centros de atendimento integrado para combater  a violência do género”, acrescentou. 

Apesar destes progressos, o Chefe do estado reconheceu que o país  continua a enfrentar obstáculos estruturais. “Quarenta e quatro por  cento das nossas raparigas estão em uniões prematuras, 68 por cento  foram vítimas de violência baseada no género e 27 por cento de  mulheres continuam desempregadas”, referiu. 

O dirigente moçambicano alertou igualmente para os novos desafios  trazidos pelas tecnologias emergentes. “Cientes das novas fronteiras  de desigualdades que estão a emergir com a inteligência artificial e  tecnologias digitais, que afectam de forma desproporcional a 

empregabilidade das mulheres, Moçambique está a integrar nos  currículos e a promover o acesso das raparigas às ciências e  tecnologias”, disse. 

Adoptada em 1995, em Pequim, durante a IV Conferência Mundial  sobre a Mulher da ONU, a Declaração e Plataforma de Acção de  Beijing fixou uma agenda global para a promoção da igualdade de  género e dos direitos das mulheres. Trinta anos depois, Moçambique  junta-se à comunidade internacional para avaliar os avanços  alcançados e os desafios que persistem na materialização desses  compromissos.

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