O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, dirigiu a cerimónia de abertura do VIII Congresso da Organização dos Trabalhadores de Moçambique Central Sindical (OTM-CS), num evento marcado por fortes apelos à unidade, à modernização sindical e à construção da independência económica do país.
Realizado na cidade da Matola, “berço industrial de Moçambique”, o Congresso reuniu delegados de todo o país, parceiros sociais, representantes de organizações internacionais, membros do Governo e líderes sindicais. Na sua intervenção, o Chefe de Estado destacou o papel histórico da classe trabalhadora na formação da nação e na consolidação da paz laboral.
Chapo sublinhou que o encontro ocorre num momento simbólico, quando Moçambique celebra 50 anos de independência. Para o Presidente, esta efeméride exige coragem, disciplina, integridade e responsabilidade, elementos que considera essenciais para enfrentar o actual desafio nacional a construção da independência económica.
Ao abordar as profundas transformações no mundo do trabalho, desde a digitalização e a automação à expansão da economia de plataformas, o Presidente afirmou que a OTM-CS deve adaptar-se aos novos tempos, fortalecendo a sua capacidade de negociação, protecção social e diálogo com a juventude. “O sindicalismo moderno deve antecipar-se ao futuro, integrar a economia digital e apoiar a formação da nova geração”, enfatizou.
O Chefe do Estado elogiou ainda o papel da Comissão Consultiva do Trabalho, que tem assegurado estabilidade social mesmo perante crises internacionais, cheias, ciclones e a pandemia da Covid-19.
Segundo Chapo, o país destaca-se num cenário global marcado por greves e conflitos laborais: “Em Moçambique, o diálogo social funciona”, afirmou, reforçando que sindicatos fortes são essenciais para a paz e o crescimento económico.
O Congresso, de carácter também eleitoral, irá escolher o novo Secretário-Geral e os órgãos sociais que conduzirão a Central nos próximos anos. Chapo apelou a escolhas “sábias e patrióticas”, lembrando que a liderança sindical tem impacto directo na vida laboral dos moçambicanos e na produtividade nacional.
O Presidente reiterou ainda o compromisso do Governo com a dignidade do trabalhador, justiça salarial, redução da informalidade, formação técnico-profissional e estabilidade macroeconómica. “A estabilidade laboral é uma das nossas principais vantagens competitivas”, disse.

