A iniciativa conta com um investimento de 27.5 milhões de dólares e visa financiar os jovens empreendedores e as suas empresas para gerar resiliência e 50 mil postos de trabalho em cinco anos.
No lançamento do programa, o Presidente da República deixou claro o objectivo – contrariar as estatísticas que continuam a colocar o desemprego como um dos principais problemas em Moçambique.
Segundo dados de estudos recentes do Instituto Nacional de Estatística, em Moçambique apenas 17% dos empregos formais são assalariados. Nas zonas urbanas, 24% dos jovens estão desempregados e o cenário é ainda pior nas zonas rurais, onde os poucos que conseguem emprego têm baixos rendimentos e continuam a viver abaixo da linha da pobreza.
São estes os números que se pretende alterar com o Programa “Emprega”, cuja implementação está prevista para o período 2021-2025. Durante este período, pretende-se gerar 50 mil empregos formais, colocando jovens a empregar jovens.
“O Programa Emprega baseia-se numa visão fundamental, os três E’s: educar, empoderar e educar. Este é o momento da juventude. O comprometimento com a empregabilidade e o bem-estar dos moçambicanos em plena pandemia da COVID-19 significa aprender a conviver com as restrições e avançar com um projecto de criação de emprego, criação de empresas e aumento da produtividade. Os nossos jovens não formam apenas a maioria da população moçambicana, eles formam, também, a geração com o mais elevado nível de educação e formação que este país já teve”, disse o Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a cerimónia de lançamento, em Maputo.
O “Emprega” vai financiar uma competição de planos de negócios que serão concebidos para compensar as deficiências no mercado, que se limitam à criação e ao crescimento das empresas de jovens dos 18 aos 35 anos.
O sumário-executivo do programa explica ainda que um total de três mil e quinhentas empresas (3.500) de jovens receberão assistência técnica para preparar planos empresariais de criação e expansão das suas actividades empreendedoras e produtivas. Destas, as quinhentas (500) mais competitivas receberão um financiamento de um milhão e quinhentos mil meticais (1.500.000.00 Mt) de subvenção.
Não é tudo! No âmbito do mais novo programa de geração de emprego em Moçambique, vinte mil (20.000) jovens beneficiar-se-ão de bolsas de formação profissional de curta duração e os quatro mil melhores bolseiros irão ganhar subvenção para formalização de negócios e aquisição de insumos iniciais.
Como exposto, o Presidente da República diz que, em breve, o terreno estará fértil e os 50 mil empregos, que são meta do programa, vão começar a aparecer.
“Este programa, que hoje lançamos, enquadra-se na nossa visão sobre a necessidade de criação de emprego. Temos pressa! O “Emprega” tem como objectivo criar condições económicas para criar um ambiente de maior empregabilidade para jovens, a criação de novas empresas e aumento da produtividade das empresas já existentes”, disse o Estadista.
O Presidente da República tem pressa para gerar empregos e o secretário de Estado da Juventude e Emprego, Oswaldo Petersburgo, garantiu, num discurso breve, agir com responsabilidade. “O segredo é responsabilidade. Depois deste programa ser lançado, teremos que implementá-lo com transparência e inclusão em todo Moçambique”, garantiu.
O representante do Banco Mundial, Raymond Bordeaux, que financia a iniciativa num montante de 27.5 milhões de dólares, disse estar claro que o emprego é um problema em Moçambique, sobretudo entre as mulheres, que ocupam um a cada cinco empregos, de acordo com as estatísticas.
Contudo, disse reconhecer que a juventude moçambicana provou, com a pandemia da COVID-19, que merece ter oportunidades. “Na verdade, Moçambique é um país cheio de ideias de crescimento. As raparigas e os rapazes deste país responderam como ninguém ao desafio de criação de máscaras para fazer face à pandemia. Os homens estão a encontrar caminhos para chegar mais longe e nós podemos ajudá-los”, disse Bordeaux.
Por sua vez, o Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Eneas Comiche, diz não ter dúvidas de que a iniciativa vai impactar positivamente na vida socioeconómica do país.
“Com a criação do “Emprega”, não temos dúvidas de que a nossa juventude estará mais motivada e encorajada a ingressar nos programas de formação e capacitação profissionalizantes, não só para garantir o seu auto-sustento, mas, sobretudo, a possibilidade de auto-realização em participar na criação de serviços e produtos competitivos, que podem criar mais receitas, postos de trabalho e reduzir a dependência das importações”, declarou Comiche.
O Emprega é um programa de participação voluntária. Depois do seu lançamento a nível nacional, haverá outras sessões de nível provincial, onde os jovens receberão explicações sobre como aderir à iniciativa.