O Presidente da República empossou, hoje, os 11 novos membros do Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS) e exigiu que o órgão fizesse respeitar a dignidade humana na cobertura do conflito em Cabo Delgado.
Um novo elenco de 11 personalidades passou, desde ontem, a ser responsável por disciplinar o funcionamento dos órgãos de comunicação social pelos próximos cinco anos. Entre novas entradas e renovações, a nova composição é dominada pelos profissionais da comunicação social, das quais Rogério Sitoe, quem vai presidir o órgão e Paulina Chiziane
Eleitos pela Assembleia da República estão Jorge Matine, João de Brito, José Guerra e Cármen dos Santos. Representam organizações profissionais, Alexandre Chiure, Eliseu Mascarenhas e Suzana Espada, enquanto Jeremias Langa foi eleito pelas empresas de Comunicação Social e José Macarringue pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial.
Recebem do Presidente da República o desafio de disciplinar a cobertura jornalística, principalmente num contexto de conflito terrorista na província de Cabo Delgado. Filipe Nyusi assume que há, por parte dos órgãos de comunicação social, sede em buscar imagens e notícias sobre o conflito, mas alerta que é preciso respeitar a deontologia profissional.
“O jornalista e o órgão de comunicação devem sentir a obrigação moral de reportar, respeitando as regras da dignidade humana. Repórter sobre o sofrimento humano não pode ser reduzido a meros actos de competição para atrair audiência de leitores, rádio ouvintes ou telespectadores ou recorrer a notícias falsas ou informações não confirmadas”, apontou o Presidente, acrescentando a essa lista a celebração da “morte ou a destruição do tecido socioeconómico de um povo inocente”.
Por outro lado, diz o Chefe de Estado, há desrespeito pelos valores morais, agudizado pela multiplicação dos órgãos de comunicação. “Sente-se, na nossa sociedade, uma tendência para o desrespeito pelos mais elementares princípios éticos ou a ética social comum. Junta a isso o desrepeito pelos valores da família, da mulher e da criança pelos órgãos de comunicação social. Verifica-se ainda a falta de respeito e de sentimento pela vida humana”, criticou.
O Conselho Superior de Comunicação Social é um órgão de consulta e disciplina sobre os órgãos de comunicação.