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“Pouco se sabe sobre autismo em Moçambique”

Foto: O País

Sofrem estigma de uma condição social da qual pouco se sabe. Em muitos casos, não têm acompanhamento médico e a falta de informação condiciona a inserção social deste grupo. Referimo-nos a pessoas com autismo.

Hipólito e Alenane contam a história dos seus dois filhos, um menino e uma menina que se fecharam ao seu mundo particular aos três anos, o que foi estranho para o casal que decidiu fazer diagnóstico. Veio a surpresa. “Foi um choque, nós nem se quer sabíamos o que era autismo”.

Sem muito que fazer, os país, tiveram que buscar mais informações sobre a condição do filho e dar um tratamento especial, um momento, que não foi fácil para a família. “Complicou-se mais quando depois de um ano a nossa menina também nasceu com autismo”, contou.

Com dois filhos autistas, a vida da família mudou radicalmente. “Os nossos filhos não falam, facilmente esquecem o caminho de voltar a casa, esquecem o seus próprios nomes, o roncar dos motores de carro, por exemplo, é perturbador”. São estes os desafios que várias pessoas com autismo ainda enfrentam, entre eles o estigma na sociedade. “Porque ter essa condição, as pessoas olham com preconceito e consideradas estranhas pela sociedade devido a falta de informação”.

Katia Aida é terapeuta e diz que o autismo nunca foi doença, pois entende que é apenas uma predisposição genética, “eles estão no mundo deles, fecham-se e não socializam”, explicou. A terapeuta reconhece a falta de técnicos especializados para atender este grupo.

Brincar isolados e sozinhos é a realidade de várias pessoas autistas cujos dados, seu próprio país desconhece. “Em Moçambique não existe estatística da população autista”. Segundo Nélia Macondzo, presidente da Associação Moçambicana dos Autistas, é uma das ambições das associação fazer o trabalho junto do Ministério da Saúde e de educação com vista a mudar o cenário.

São estes e vários problemas que levaram a Associação Moçambicana de Autistas a juntar seus membros na manhã deste sábado para apelar pela consciencialização.

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