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Portugal promete material bélico para combater terrorismo em Cabo Delgado

Foto: O País

Portugal vai fornecer armamento e outros materiais para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. A promessa é do Primeiro-ministro português, António Costa, que falava ontme na visita à Escola de Fuzileiros Navais, na Catembe.

Em Novembro do ano passado, a pedido de Moçambique, arrancou a missão de formação de 140 militares das Forças de Defesa e Segurança, para responder a crise na província de Cabo Delgado.

De visita a Moçambique, o Primeiro-ministro português quis conhecer de perto o trabalho que está a ser realizado. O primeiro destino foi, nesta sexta-feira, a Escola de Fuzileiros Navais, localizado no distrito de katembe, na cidade de Maputo.

Depois de assistir esta demonstração, António Costa visitou a Companhia Independente de Fuzileiros, onde parte das forças especiais estão a ser treinadas. Viu, elogiou e, respondendo a pergunta de jornalistas, em relação ao apoio de Portugal no combate ao terrorismo, deixou promessas.

“Uma parte dos equipamentos que a União Europeia oferece, já está em Moçambique, creio que serão entregues aquando da visita do Alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, no próximo dia 9 de Setembro. Há outro tipo de equipamentos que Moçambique tem listado como necessidades, que temos que trabalhar, quer no quadro da União Europeia, quer porventura um conjunto de países da União Europeia para se poder completar esse apoio, para que toda esta operação, para além da formação tenha ferramentas necessárias para acção”, disse António Costa.

O político garante que há dinheiro para responder às necessidades de Moçambique, graças à boa relação entre os dois países.

“Esta relação bilateral que temos com Moçambique, a relação na CPLP, cada um de nós estar integrado na sua própria integração regional, Moçambique na SADC, nós na UE, ajudam a reforçar a complementaridade e o maior esforço em conjunto”.

Este pensamento é igualmente partilhado por quem está no terreno, que já vê resultados positivos dos treinos.

O Comandante da Força da Missão da União Europeia em Moçambique, Nuno Pires, diz que há resultados visíveis do treinamento.

“Treinamos juntos com os formadores moçambicanos; preparamos juntos os programas e as necessidades; não há um único material ou peça de algum equipamento que vão doados pela união Europeia, que não seja exatamente aquilo que Moçambique quer”, referiu Nuno Pires.

O oficial defende que esta relação deve ser mantida, mas, acima de tudo, deve haver união dos Estados contra o fenómeno.

“Olhamos para tudo como um conjunto: o que fazemos na cooperação militar, na ajuda humanitária, de ajuda aos refugiados e do desenvolvimento que é necessário. Haverá paz em Mocímboa da Praia quando a escola estiver aberta. Nós podemos ajudar os militares de Moçambique a tomar e ocupar as zonas, mas é um todo que vai conseguir garantir condições económicas, políticas e sociais para recuperar”, disse.

Recorde-se que a missão está dividida em dois centros de treino, um para comandos, no Campo Militar do Dongo, em Chimoio, e outro para fuzileiros na Catembe.

O primeiro-ministro de Portugal manteve, ainda na tarde de sexta-feira, um encontro com empresários portugueses e a respectiva comunidade no país, onde pediu a intervenção da comunidade internacional em estratégias para acabar com o terrorismo em Moçambique e restabelecer a paz e segurança nas zonas consideradas de risco.

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