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Chapo mantém encontro Venâncio Mondlane 

O Presidente da República, Daniel Chapo, reuniu-se, na noite desta Terça-feira, com Venâncio Mondlane, candidato às eleições presidenciais de 9 de Outubro de 2024, no âmbito do diálogo político inclusivo. O encontro, segundo a Presidente da República, centrou-se na promoção da paz, reconciliação e estabilidade em Moçambique. É mais o

Chapo mantém encontro Venâncio Mondlane 

O Presidente da República, Daniel Chapo, reuniu-se, na noite desta Terça-feira, com Venâncio Mondlane, candidato às eleições presidenciais de 9 de Outubro de 2024, no

O Presidente da República, Daniel Chapo, considerou positiva a visita oficial de trabalho que realizou a Angola, sublinhando que o encontro com o homólogo João Lourenço permitiu aprofundar as históricas relações de amizade entre os dois países e lançar uma nova etapa de cooperação multissectorial. Chapo visitou a Zona Económica Especial de Luanda e manteve encontros com a Associação Angolana de Bancos e a Comunidade Moçambicana residente em Angola.

Foi uma visita de um dia a convite do seu homólogo angolano, João Lourenço, para o estreitamento das relações entre os dois países que partilham da mesma história colonial e foram independentes no mesmo ano.

Para o chefe do estado moçambicano, o balanço da visita é positivo, olhando para as actividades que aconteceram em solo angolano.

“Foi uma visita bastante positiva, com resultados concretos, com assinatura destes instrumentos jurídicos que aqui fizemos referência, e temos de continuar a trabalhar para que realmente possamos desenvolver os nossos países e criar melhores condições de vida para os nossos povos”, declarou o Chefe do Estado moçambicano, em conferência de imprensa de balanço, realizada esta Sexta-feira.

Moçambique e Angola assinaram cinco instrumentos de cooperação, cobrindo áreas como acção social e igualdade de género, transportes aéreos, marinha mercante, turismo e cultura. O Presidente Chapo explicou que a visita foi antecedida por encontros técnicos entre delegações dos dois países, que avaliaram a implementação de acordos previamente assinados ao longo dos últimos 50 anos.

“A conclusão que se chegou é que, em termos de relações político-diplomáticas entre os dois países, é uma relação excelente […], e há necessidade de aprofundarmos cada vez mais as relações económicas entre Angola e Moçambique”.

Daniel Chapo disse ainda que propôs a criação de uma comissão técnica bilateral para monitorar a execução dos acordos em vigor, visando tornar os mesmos mais efectivos e alinhados com os desafios actuais.

“Achamos que era muito importante avaliarmos o nosso nível de cooperação e amizade […] e conversar acerca dos nossos dois países”.

O chefe do Estado moçambicano visitou a Zona Económica Especial de Luanda, onde teve contacto com experiências angolanas em industrialização e atracção de investimento.

“É um modelo que vale a pena também aprimorarmos, desenvolvermos […], para que as nossas zonas económicas especiais em Moçambique possam também continuar a criar emprego para a juventude”, afirmou.

No encontro com a comunidade moçambicana residente em Angola, Daniel Chapo falou do processo eleitoral no país, destacando as manifestações que tiveram lugar após o escrutínio e o anúncio dos resultados, apontando a importância do diálogo inclusivo, da unidade nacional e da pacificação como fundamentos essenciais para a consolidação da democracia e desenvolvimento do país.

“Desde 1994, ainda não tivemos uma única eleição sequer em que depois das eleições a pessoa que perdeu pegou o telefone, ligou para a pessoa que ganhou, desejou parabéns e continuamos a trabalhar como moçambicanos. Na madrugada do dia 10 de Outubro já existia um candidato que se proclamou vencedor, antes da contagem dos votos. Ficou claro para nós que alguma coisa estava a ser preparada. Por isso achámos que era importante sentar com as pessoas que estavam a mobilizar as pessoas”, afirmou, explicando que o diálogo culminou com a assinatura do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, aprovado como lei pela Assembleia da República.

O presidente da República reuniu-se ainda com a Associação Angolana de Bancos, onde defendeu uma nova era de cooperação económica entre Moçambique e Angola, assente no investimento mútuo e no fortalecimento dos laços empresariais.

“Este jantar de negócios representa mais do que um encontro, simboliza um passo crucial para edificarmos uma parceria económica robusta e duradoura que trará prosperidade para os nossos dois povos. Há necessidade de diversificarmos as nossas economias, investindo em outras áreas estratégicas como infra-estruturas, agricultura, turismo, recursos minerais e energia. Queremos mais investimentos em Moçambique, dos nossos irmãos angolanos e de tantos países”.

No plano político, o estadista moçambicano agradeceu ao povo e ao governo angolano pelo apoio concedido ao processo eleitoral em Moçambique e deu a conhecer os mais recentes avanços no âmbito do diálogo político e da reconciliação nacional, referindo que foram abordados os esforços em curso para a pacificação do país, a consolidação da paz e a necessidade de estabilização económica, social e política.

O Presidente da República aproveitou a ocasião para endereçar um convite formal ao Presidente João Lourenço, para que participe nas celebrações dos 50 anos da independência de Moçambique, agendadas para o dia 25 de Junho, tendo referido que o convite já foi aceite e que caberá às duas partes tratar da visita por via dos canais diplomáticos.

O Presidente da República exigiu hoje mudanças profundas na Polícia para se travar o crime organizado e transnacional. No âmbito da celebração dos 50 anos da PRM, hoje, Daniel Chapo encorajou a corporação a seguir com a missão de defesa da soberania.

A Polícia da República de Moçambique celebra, este sábado, 50 anos de existência num contexto em que ainda se debate com crescente onda de criminalidade, com destaque para o crime organizado e transnacional como raptos e tráfico de drogas.

E estes desafios são reconhecidos pelo Presidente da República e comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, que na recepção da PRM na Presidência por ocasião da data, exigiu mudanças.

Contudo, Daniel Chapo reconhece que este desafio carece de investimentos na componente infra-estruturas e meios técnicos e operacionais. Mas, lembra que o principal factor de sucesso é o profissionalismo dos agentes.

Chapo insta a Polícia para uma actuação mais humanizada e assente na lei e colaboração dos cidadãos cumprindo e denunciando actos contrários à lei.

Por sua vez, o comandante-geral da PRM comprometeu-se a tudo fazer para travar o crime.

A direcção do partido Renamo diz que o encerramento em massa das sedes provinciais e da sede nacional é uma tentativa de infiltração de actores externos e que há necessidade de um diálogo interno e profundo. O porta-voz do partido, Marcial Macome, diz que o presidente do partido vai aparecer no momento certo para falar com seus membros.

São quase todas sedes províncias encerradas pelos membros do partido, inclusive a sede nacional, tomada e encerrada esta semana por antigos guerrilheiros, que clamam por um posicionamento da direcção, após os últimos resultados das eleições gerais de Outubro do ano passado.

A direcção do partido reconhece a situação interna actual e diz que é tentativa de desestabilizar o partido, por parte de actores externos.

O porta-voz do partido disse ainda que os membros do partido devem dialogar internamente e apelou à recuperação da consciência e da responsabilidade da fundação da Renamo.

Sobre a ausência do presidente do partido, Ossufo Momade, o porta-voz garante que, no momento oportuno, Momade vai aparecer para se comunicar com os membros da perdiz.

Sobre o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, DDR, Macome esclareceu que o partido não tem controlo sobre o pagamento de pensões aos desmobilizados, atribuindo a responsabilidade ao Governo.

Marcial Macome falava, este sábado, durante uma conferência de imprensa para falar da situação actual do partido.

O Presidente da República, Daniel  Chapo, destacou, esta sexta-feira, em Luanda, a importância da infra estrutura logística e da capacitação da juventude como elementos chave para o sucesso da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda Bengo, elogiando o modelo angolano como uma referência para o  desenvolvimento económico regional. 

As declarações foram feitas à imprensa no final da visita que o  estadista moçambicano realizou à Fábrica Embalvidro, no quadro da  sua visita de trabalho à República de Angola.

Durante a visita, o Presidente Chapo referiu-se com apreço ao modelo  integrado de infra-estrutura da ZEE.  

Para o Chefe do Estado, a existência de vias rodoviárias, ferroviárias, portuárias  e aeroportuárias é determinante para dinamizar as exportações e  importações. 

O estadista moçambicano sublinhou ainda que a ZEE conta com  condições essenciais para a actividade industrial sustentável.  “Achamos que para quem quer importar e exportar a partir da ZEE é  fundamental a existência da logística […], mas também a questão  relacionada à linha férrea e a questão da energia eléctrica em  quantidade e qualidade, água também em quantidade e qualidade,  são aspectos fundamentais”, frisou. 

Na fábrica Embalvidro, Chapo ficou impressionado com o  perfil da força de trabalho, maioritariamente composta por jovens. “A  média de idade de jovens que nós vimos aqui, pelo menos nesta  fábrica, é de cerca de 34, 35 anos no máximo. Isto é fundamental  para o futuro do país e sobretudo para a juventude angolana”,  afirmou, elogiando o empenho do Governo angolano na  capacitação local. 

A Embalvidro é uma unidade industrial de referência em Angola,  especializada na produção de embalagens de vidro para bebidas  como vinho, cerveja, sumos e refrigerantes. Com três linhas de  produção, a fábrica tem capacidade para produzir até 700 mil 

garrafas por dia, num total anual de cerca de 300 milhões de  unidades, das quais 80% são exportadas para mercados como África  do Sul, Namíbia, Zimbabwe e República Democrática do Congo  (RDC). 

Inaugurada em 2019, com um investimento inicial de cerca de 100  milhões de dólares norte-americanos – 60% de capital próprio  –, a Embalvidro abastece grandes clientes como a Heineken e a  Namíbia Breweries Limited (NBL). A empresa utiliza  predominantemente matéria-prima local e mantém um compromisso  com práticas sustentáveis, nomeadamente a reciclagem de vidro. 

Daniel Chapo valorizou o impacto da cooperação económica  entre Moçambique e Angola, destacando o intercâmbio comercial  crescente entre os dois países. “Outro aspecto importante é a  exportação de produtos que estão a ser fabricados aqui na ZEE para  Moçambique e produtos de Moçambique também para Angola”,  disse. 

Segundo o governante, a visita insere-se numa agenda centrada no  fortalecimento da cooperação económica, que considera essencial  para o desenvolvimento mútuo. “Somos dois países irmãos, daí a nossa  visita mais relacionada com a cooperação económica do que a  cooperação política, que já é excelente, e achamos que temos que  aprimorar cada vez mais a cooperação económica entre os nossos  dois países”, declarou. 

O Presidente da República, Daniel Chapo, foi recebido hoje pelo seu homólogo angolano João Lourenço. Para além de conversações oficiais, os dois Chefes de Estado testemunharam a assinatura de quatro instrumentos jurídicos que reforçam a cooperação entre os dois países.

A visita a Angola que, iniciou na manhã de hoje, é de dois dias. E no primeiro foi reservado a cerimónias oficiais com a recepção de Daniel Chapo no palácio presidencial na cidade Alta onde houve cerimónias protocolares com honras militares. 

Os dois presidentes mantiveram encontro privado e depois com as respectivas delegações governamentais e no final houve assinatura de quatro instrumentos jurídicos que reforçam a cooperação entre os dois estados, entre eles, o acordo sobre serviços aéreos, acordo sobre marinha mercante, portos e actividades afins, Memorando de Entendimento no domínio da acção social e igualdade de género, Programa Executivo de Cooperação no domínio cultural para o triénio 2025-2038 e Memorando de Entre o Instituto do Turismo de Angola e a sua similar moçambicana.

Dirigindo-se à imprensa, os governantes explicaram para que estágio pretendem elevar as relações diplomáticas diplomáticas. “A visita, a convite do Presidente da República de Angola, termina este Sábado. Referir que Moçambique e Angola mantém um histórico de relações amistosas com apoios de parte a parte em vários domínios, regulados por mais de 30 acordos de cooperação assinados ao longo dos cinquenta anos de existência dos dois países”.

A Assembleia da República aprovou, hoje, a resolução da Conta Geral do Estado de 2023, com votos a favor da bancada da Frelimo e da Renamo e o MDM contra. A bancada do Podemos, apesar das críticas ao instrumento decidiu abster-se. 

No segundo dia da sessão de debate em torno da conta geral do Estado, referente ao exercício económico de 2023, na qual foram detectadas inúmeras irregularidades pelo Tribunal Administrativo, foi apresentada uma resolução que, depois de analisada, foi a

 O Presidente da República, Daniel Chapo, efectua, hoje e amanhã, uma visita de Trabalho à República de Angola, em resposta ao convite formulado pelo seu homólogo angolano, João Lourenço. 

 A visita do Chefe do Estado moçambicano a Angola constitui uma oportunidade de reforço das relações bilaterais, de modo a conferir uma dinâmica mais proativa e identificar outras áreas de cooperação de interesse mútuo, com destaque para o domínio económico. Em Luanda, o Presidente Chapo e o homólogo angolano vão manter conversações oficiais, para troca de impressões sobre diversas questões da cooperação bilateral, regional, continental e internacional, segundo o comunicado da Presidência da República.

Nesta deslocação, o Presidente da República faz-se acompanhar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Manuela dos Santos Lucas, ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estevão Tomás Rafael Pale;  ministro da Economia, Basílio Zefanias Muhate; dos Transportes e Logística, João Matlombe; secretário de Estado do Tesouro e Orçamento, Amílcar Tivane; quadros da Presidência da República e de outras instituições do estado.

Há um défice de mais de 33 milhões de dólares norte-americanos referentes às receitas do Gás depositadas na conta transitória. A informação consta do relatório da conta geral do Estado de 2023, auditada pelo Tribunal Administrativo e que foi hoje objecto de debate na Assembleia da República.

O Tribunal Administrativo, na qualidade de fiscalizador da execução anual do orçamento, analisou a conta geral do Estado, referente ao exercício económico de 2023 e constatou irregularidades consideradas graves, submetidas à apreciação e debate na Assembleia da República.

No relatório e parecer do órgão, no capítulo das constatações e recomendações, o fiscalizador das contas públicas verificou que, em 2023, houve deficiências no controlo interno, consubstanciadas na fraca intervenção do subsistema de auditoria interna, tanto no que se refere aos órgãos implantados nas entidades auditadas, quanto aos que actuam ao nível central da Administração Pública.

Na indústria Extractiva, constatou que: 

Constatação n. 18: o Governo não transferiu os 2,75% dos Impostos sobre a Produção Petrolífera e Produção Mineira, em violação do disposto no n. 1 do artigo 6 da Lei n. 29/2022, que aprova o PESOE de 2023, para a maior parte das localidades onde se situam os projectos de extracção mineira e petrolífera. Igualmente, o Executivo não transferiu os 7,25% dos Impostos sobre a Produção Mineira e Petrolífera destinados aos projectos estruturantes de nível provincial, o que consubstancia inobservância do preceituado no n. 2 do artigo 6 da Lei n.o 29/2022, que aprova o PESOE de 2023.

e mais. 

Constatação n. 41: as receitas do gás depositadas na Conta Transitória, no montante de 60,59 milhões de dólares norte-americanos, divergem, em 33,65 milhões de dólares norte-americanos, das reportadas no Balanço do PESOE do primeiro trimestre de 2024, no valor e 94,24 milhões de dólares norte-americanos.  

O documento revela ainda que houve reincidência no pagamento de despesas sem documentos justificativos, violando a lei do SISTAFE.

As constatações 38, 39 e 40 relatam ainda outras irregularidades na implementação da lei orçamental de 2023:

Constatação n. 38: há movimentação de recursos públicos fora do circuito normal de execução orçamental;

Constatação n. 39: retenção e utilização indevida, na fonte, de Receitas Consignadas, sem o respectivo encaminhamento ao Tesouro Público, para a devida consignação.  

Constatação n.° 40: a CGE em apreço é omissa quanto aos montantes recebidos no âmbito das receitas provenientes da exportação do gás natural da Bacia do Rovuma.  

Estas são algumas das 65 constatações do Tribunal Administrativo, constantes no relatório analisado e debatido em sede da plenária. 

Os deputados dizem que as irregularidades apresentadas são criminosas.

Raimundo Diomba, da Frelimo, referiu que “um desafio adicional tem a ver com a gestão das receitas provenientes do gás da bacia do Rovuma, que representa uma oportunidade estratégica para fortalecer os mecanismos de governação financeira e consolidar a transparência na gestão dos recursos públicos de Moçambique. Neste sentido, exortamos ao Governo a continuar a implementação de medidas correctivas, robustas, promovendo uma administração responsável e sustentável, com vista a assegurar os benefícios estruturais e duradouros para a sociedade moçambicana”.

Já Mangaze Manuel, deputado do Podemos, segunda maior bancada, disse:

“Como justificar que setores cruciais como saúde, educação e agricultura tenham recebido menos do que o previsto, sem explicações claras nem correções estruturais? Segundo, a conta geral de 2023 mostra que o processo orçamental continua frágil. As previsões continuam distantes da execução real. Os fundos são movimentados sem suficiente transparência. Há dependência contínua de impostos sobre o consumo, enquanto setores de alto rendimento como a mineração contribuem de forma tímida. Terceiro, verificamos a incidência de infrações, sobretudo ambientais, por parte de empresas  extrativas e, mais grave, sem consequências legais visíveis”.

Para Renamo, “o Tribunal Administrativo nos revela em vários momentos que esta conta está viciada, pois,  nas suas demonstrações, não foram observados os princípios de clareza, exatidão e simplicidade estatuídos no artigo 49 da Lei do SISTAFE. O Auditor das Contas Públicas refere que, de 2022 a Março de 2024, há uma discrepância, isto é, desvio de cerca de USD  33,65 milhões das receitas do gás do Rovuma. Aí está mais uma festa do Saque do nosso dinheiro”, disse o deputado Fernando Lavieque.

Lopes Aquimo, do MDM, afirmou que “o Tribunal Administrativo constata que foram realizadas transferências orçamentais não autorizadas para as províncias de Niassa, Manica, Gaza e província de Maputo, à margem  da lei. Exemplos de comportamentos lesivos ao interesse público não param por aqui. Constata-se o incumprimento das metas na arrecadação de receitas dos orçamentos programados, quer de nível central, como o provincial”. 

Diante das constatações, as bancadas da oposição defendem não haver condições para aprovar a conta geral do Estado de 2023 e recomendam ao actual Governo a não cometer os mesmos erros. 

O Presidente da República, Daniel Chapo, lançou, nesta quinta-feira, no distrito de Sussundenga, província de Manica, a Campanha de Comercialização Agrária 2025, com um apelo à mobilização nacional para transformar o excedente agrícola em motor de crescimento económico. A campanha deste ano tem como lema “Comercialização Agrária como factor Dinamizador da Economia Local e Industrialização”

No terceiro e último dia da sua visita à província de Manica, o Chefe do Estado, Daniel Chapo, escalou o distrito de Sussundenga para presidir ao lançamento da Campanha de Comercialização Agrária 2025, numa cerimónia marcada por referências à resiliência popular e aos desafios económicos enfrentados pelo país.

O Chefe do Estado moçambicano afirmou que a campanha deste ano é um caminho para o alcance da independência económica do país. “É com muita esperança e profundo optimismo que hoje nos reunimos aqui, em Sussundenga, para testemunhar o lançamento oficial da Campanha de Comercialização Agrária 2025”, declarou o governante, no início da cerimónia, sublinhando ainda que, “com este acto, damos hoje mais um passo firme na construção da nossa tão almejada independência económica de Moçambique, alicerçada numa diversificação sólida e numa economia que valoriza cada recurso, cada mão que trabalha a terra e cada semente que germina neste solo pátrio, Moçambique”, disse.

Chapo afirmou ainda que a comercialização agrária é o elo essencial entre o trabalho dos camponeses e a industrialização de Moçambique.

Durante o seu discurso, o estadista recordou que o país atravessou, recentemente, um período difícil, marcado por manifestações violentas e fenómenos climáticos extremos, como os ciclones Dikeledi, Chido e Jude. Esses eventos resultaram na destruição de infra-estruturas e numa contracção do Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 4,9 por cento.

“No entanto, convém aqui sublinhar a extraordinária resiliência do nosso povo. Vimos vizinhos ajudando vizinhos a reconstruir celeiros; comunidades reconstruindo estradas; mulheres a reerguerem as suas bancas de venda; os jovens carregando cestas de sementes para repor o que tinha sido perdido. Se não fosse essa resiliência do povo moçambicano, um povo unido, do Rovuma ao Maputo, e diante de qualquer adversidade, sejam os ciclones Idai, Jude, Dikeledi, Kenneth; Covid-19; manifestações violentas, ilegais e criminosas, o povo moçambicano continua firme na paz e no desenvolvimento deste Moçambique. Se não fosse a resiliência deste povo, os 4,9% negativos no nosso PIB seriam mais do que isso”, afirmou, destacando que esse exemplo de união e coragem “reforça a convicção de que a comercialização agrária só floresce se plantarmos, antes, as sementes da solidariedade, de cooperação e amor ao próximo entre o povo moçambicano”.

Apesar das adversidades, os resultados da Campanha Agrária 2024 foram animadores, de acordo com o estadista, até porque “foram comercializadas 20 milhões 104 mil e 301 toneladas de produtos diversos, contra 17 milhões, 257 mil e 904 toneladas registadas em 2023, correspondentes a um crescimento na ordem de 14% e uma realização de 16% do planificado”, com destaque para as províncias de Nampula e Maputo, que contribuíram com 25 e 18 por cento, respectivamente.

Com o lema “Comercialização Agrária como factor Dinamizador da Economia Local e Industrialização”, o Governo projecta um crescimento de cinco para 2025, sustentado pela expansão da área cultivada, aumento do número de famílias agrícolas e estímulo ao investimento.

Para tal, o Executivo criou o Fundo de Recuperação Económica, com uma dotação inicial de 319,5 milhões de meticais, “cujo objectivo é assegurar o financiamento a micro, pequenas e médias empresas, bem como a sectores produtivos com elevado potencial de dinamização económica”.

O Governo trabalha ainda na criação de dois instrumentos estratégicos: um novo regulamento para o exercício da actividade comercial e o Plano Integrado da Comercialização Agrária, concebido para resolver, de forma coordenada, os entraves ao longo da cadeia de valor agrícola, pecuária, florestal, pesqueira e aquícola.

“A par disso, foi aprovado, recentemente, o quadro jurídico-legal para a formação de preços e tarifas de produtos e serviços no mercado nacional, um instrumento que visa definir os mecanismos de formação e fixação de preços, proteger o consumidor da corrosão do poder de compra e preservar a ordem e disciplina económica do mercado”, disse Chapo.

O Presidente da República apelou, também, aos jovens para assumirem protagonismo nesta campanha. “Apropriem-se deste processo. Usem as plataformas digitais existentes, organizem-se em cooperativas e associações, e apresentem propostas de valor agregado”, incentivou, reforçando a ideia de que o desenvolvimento nacional passa pela capacidade do país transformar a produção local em riqueza distribuída.

“A união de todos é o nosso maior trunfo. Juntos, transformaremos a nossa terra em prosperidade, gerando emprego para a nossa juventude e construindo uma economia local robusta, pronta para apoiar a industrialização do nosso país”, destacou Chapo.

Para o Chefe do Estado, a comercialização agrária “ganha um papel estratégico” por ligar a produção rural à industrialização nacional. “Chegou o momento de, juntos, escrevermos o próximo capítulo desta epopeia da nossa comercialização agrária”, concluiu, apelando a um esforço conjunto para garantir a segurança alimentar e consolidar a independência económica de Moçambique.

Daniel Chapo não deixou de saudar, com especial apreço, as mulheres camponesas, “mestres infatigáveis na arte de semear a vida”; os jovens, “fonte de renovação e energia do nosso campo e a seiva desta nação”; e os parceiros do sector privado, do movimento associativo, cooperativo e das organizações internacionais, “que se unem a nós nesta jornada e cuja solidariedade técnica e financeira têm sido fundamentais para elevar o patamar da nossa produção”.

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