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Margarida Talapa diz que homicídios na Matola revelam falta de amor

A presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, defende que a sequência de homicídios ocorridos na cidade da Matola, província de Maputo,  revela falta de amor ao próximo e apela ao não uso da força para resolução dos problemas. Margarida Adamugi Talapa está em Tete na visita de trabalho de

A Primeira-Dama da República manteve, esta Segunda-feira, um encontro  com a liderança da Junta da Comunidade Autónoma da Andaluzia,  em Sevilha, onde apresentou as principais acções de assistência social do Gabinete. A reunião, que teve lugar na sede do Governo regional da Andaluzia,  visou reforçar o intercâmbio de experiências e parcerias em matéria  de inclusão social, igualdade e protecção dos direitos humanos. 

Durante a sessão, a esposa do Presidente da República fez uma  apresentação das iniciativas em curso, com o apoio de  uma projecção audiovisual que evidenciou as intervenções do seu  Gabinete junto de grupos em situação de vulnerabilidade. 

“É basicamente isto que nós temos vindo a fazer no nosso país, que é  apoiar as pessoas que mais precisam, e abraçamos também a causa  de visitarmos as penitenciárias, porque a primeira que eu visitei vi que  estavam a viver em condições muito deploráveis. Algumas detentas  dormiam mesmo no chão”, explicou a Primeira-Dama. 

Gueta Chapo destacou ainda a resposta humanitária que o seu  Gabinete tem dado através da construção de habitações para  famílias vulneráveis, apoio a líderes comunitários, viúvas e agricultores,  além da promoção de cuidados médicos e distribuição de  medicamentos a crianças com necessidades especiais. 

No que toca à assistência às mulheres reclusas, a Primeira-Dama frisou:  “Decidimos nos juntar, trabalharmos juntos dos nossos parceiros para  podermos apoiar, e começámos a oferecer colchões. Também  oferecemos kits de dignidade. As mulheres estão lá presas, mas têm  famílias lá fora, têm filhos, têm esposos à espera. O importante é  acarinhá-las, apesar do erro que já cometeram”.

Gueta Chapo manteve ainda um encontro com o Presidente  Adjunto do Município de Sevilha, José Luis Garcia Martínez,  responsável pelos Bairros de Atenção Preferencial, Direitos Sociais,  Emprego, Família, Igualdade e Associações. O encontro serviu para  explorar possíveis áreas de cooperação e troca de experiências em  políticas de inclusão social e desenvolvimento comunitário. 

A Junta da Andaluzia, enquanto órgão de governo da Comunidade  Autónoma, detém competências políticas, administrativas e  executivas em diversas áreas sociais e de desenvolvimento.

O Presidente da República, Daniel  Chapo, expressou o  empenho do Governo moçambicano em aprofundar as relações com  o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, no quadro  de uma nova visão centrada em reformas do sector público,  promoção do investimento e desenvolvimento de projectos  estruturantes.

O Chefe do Estado revelou o facto à imprensa, esta Segunda-feira, em Sevilha, na Espanha, após encontros com o  Director Adjunto de Gestão do FMI, Nigel Clarke e com o Presidente  do Banco Mundial, Ajay Banga, à margem da IV Conferência  Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao  Desenvolvimento (FFD4). 

“Os encontros correram muito bem. Como sabem muito bem, temos  uma relação histórica bastante antiga que dura há anos, daí que  achamos que é muito importante termos estes encontros com as  duas instituições de Bretton Woods”, disse o Presidente moçambicano. 

Com o FMI, o estadista afirmou ter partilhado o interesse do Governo  em iniciar entendimentos com vista a um novo programa de  cooperação, tendo em conta o pacote de reformas em curso no país. 

“Achamos que devíamos ter com o FMI um novo programa. E nisto a  recepção é muito boa, de tal forma que achamos que, ao longo  deste ano, se tudo correr bem, vamos assinar um novo programa”,  afirmou. 

O eventual novo programa, segundo explicou Daniel Chapo, deverá reflectir a nova  visão do Executivo e priorizar intervenções para dinamizar o sector  público e criar melhores condições para o investimento. 

“Continuar  uma excelente relação com o FMI, mas já com uma nova visão  baseada em reformas ao nível do sector público, sobretudo as  questões relacionadas com a necessidade de criar um bom ambiente  de negócios em Moçambique”, sublinhou. 

No encontro com o Banco Mundial, o Presidente Chapo abordou  igualmente o processo de reformas e o papel da digitalização na  melhoria da governação e combate à corrupção. “Eles acham que o programa de digitalização que estamos a levar a cabo é um dos  programas que vai combater bastante a corrupção”, disse. 

O Chefe do Estado destacou o reconhecimento do Banco Mundial  aos esforços de transformação digital e o compromisso da instituição  em apoiar este processo, com foco na modernização da  administração pública. 

Na componente de desenvolvimento económico, o Presidente da  República partilhou com o Banco Mundial a visão de Moçambique  como futuro hub regional de energia, apontando projectos como a  expansão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Mphanda Nkuwa  e a exploração do gás do Rovuma como prioridades.

“Temos uma  grande capacidade de produção de gás e podemos também  construir várias centrais e aumentar a nossa capacidade de produção  de energia eléctrica em Moçambique”, afirmou. 

Foram ainda abordadas oportunidades nos sectores da agricultura,  turismo, recursos minerais e industrialização, com destaque para o  papel dos corredores logísticos estratégicos. “Falámos do Corredor de  Maputo, estradas, linhas férreas, aumento da capacidade dos nossos  portos, o Corredor da Beira, a possibilidade de construção de mais  pipelines […] e o Corredor de Nacala”, detalhou. 

O Chefe do Executivo moçambicano defendeu que o investimento  em sectores produtivos e infra-estruturas deverá gerar impacto directo  na vida dos moçambicanos. “A nossa principal preocupação é gerar  emprego para a nossa juventude, para as mulheres e desenvolvermos  o nosso país”, disse.

Chapo garantiu que tanto o FMI como o Banco  Mundial mostraram-se encorajados pelas reformas em curso e  receptivos à nova abordagem do Governo.

O Presidente da República, Daniel  Chapo, defendeu, nesta Segunda-feira, em Sevilha, Espanha, a criação  de uma nova arquitectura financeira internacional mais inclusiva,  sustentável e equitativa, colocando o financiamento climático, a  industrialização inclusiva e a capacitação estratégica no centro das  prioridades mundiais. O Chefe de Estado moçambicano falava  durante a primeira Reunião Plenária da IV Conferência Internacional  das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento.

“É com grande honra e um profundo senso de responsabilidade que  Moçambique marca presença nesta conferência global, aqui em  Sevilha, dedicada ao financiamento ao desenvolvimento. Saudamos  a aprovação do Compromisso de Sevilha”, afirmou Daniel Chapo na  sua intervenção, sublinhando o papel da cooperação multilateral no  cumprimento da Agenda 2030 das Nações Unidas.

 O Presidente da República destacou que, apesar de Moçambique ter registado  crescimento económico assinalável nas últimas duas décadas,  choques internos e externos têm contribuído para a desaceleração da  economia. 

“O terrorismo no norte do país, especialmente em alguns  distritos da província de Cabo Delgado, e eventos climáticos extremos,  como cheias, inundações e ciclones, têm provocado instabilidades  sociais”, disse, observando que esses factores afectam  particularmente o emprego jovem, a segurança alimentar e a  capacidade do Estado de financiar sectores cruciais. 

Nesse contexto, o estadista moçambicano apresentou a Estratégia  Nacional de Desenvolvimento 2025–2044, ancorada em cinco pilares  interligados: boa governação, infraestruturas estratégicas,  industrialização, capital humano e sustentabilidade ambiental. 

Daniel Chapo defendeu igualmente uma maior inclusão no acesso ao  financiamento e a adopção de instrumentos inovadores como o  financiamento misto. Sublinhou ainda a urgência de fortalecer os Bancos Nacionais de Desenvolvimento como plataformas catalisadoras do  investimento, particularmente na industrialização, Pequenas e Médias  Empresas e agricultura. 

O Chefe do Estado referiu que, no plano interno, Moçambique está a  priorizar a expansão da base tributária, a modernização fiscal, incluindo a tributação digital, e a implementação de uma Estratégia  Nacional de Financiamento Climático, com a meta de tornar o país  num exemplo regional em finanças verdes até 2035. 

Durante o seu discurso, Chapo apresentou cinco propostas  estratégicas que Moçambique leva à conferência: uma nova Parceria  Global para Financiamento Climático Baseado em Resultados; a  criação de bancos de desenvolvimento voltados à industrialização  rural; uma plataforma continental de inclusão financeira digital;  mecanismos multilaterais para gestão sustentável da dívida; e um  compacto global para formação de capital humano. 

A IV Conferência Internacional sobre o Financiamento ao  Desenvolvimento, que decorre sob a égide das Nações Unidas, visa  renovar os compromissos globais em torno da mobilização de recursos para o desenvolvimento sustentável, com foco especial em países de  rendimento baixo e médio, como Moçambique.

O Presidente da República, Daniel Chapo, encorajou, este domingo, a comunidade moçambicana residente em Espanha a manter vivo o orgulho nacional, o patriotismo e o compromisso com os valores e interesses de Moçambique, onde quer que se encontrem. 

“Temos que continuar com este orgulho de sermos moçambicanos, sermos patriotas, continuarmos a defender o interesse nacional e do povo moçambicano em qualquer local onde nós nos encontramos, em qualquer parte do mundo”, afirmou o Chefe do Estado, durante um encontro com representantes da diáspora moçambicana, no primeiro dia da sua visita ao Reino da Espanha.

Na ocasião, o Presidente da República partilhou a situação política, económica e social de Moçambique, com destaque para os esforços em curso para a consolidação da paz e da estabilidade. 

O estadista destacou o papel central do diálogo como instrumento de inclusão nacional, referindo-se à assinatura, no passado dia 5 de Março, do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, o primeiro acordo multilateral do género no país, já convertido em lei pela Assembleia da República. 

Chapo sublinhou que este processo de diálogo não terminou com a assinatura do acordo, e prossegue agora com a integração de todos os estratos da sociedade moçambicana. Durante o encontro, o governante fez ainda referência às celebrações do 50.º aniversário da independência nacional, ocorridas a 25 de Junho, que tiveram lugar no Estádio da Machava, o mesmo palco histórico onde, em 1975, o Presidente Samora Machel proclamou a independência de Moçambique.

O Presidente da República reconheceu ainda a existência de desafios persistentes que o país enfrenta. “Há muitos desafios ainda que temos que continuar a trabalhar, como a questão do combate à corrupção, que é um mal que afecta e infecta a nossa sociedade”, disse, acrescentando que também há preocupações com crimes transnacionais como o branqueamento de capitais e os raptos, que impactam negativamente no desenvolvimento nacional. 

A comunidade moçambicana residente em Espanha expressou a sua gratidão pela oportunidade de encontro com o Chefe do Estado e pela atenção dada às suas preocupações. Revelou ainda que têm organizado regularmente encontros para debater formas de contribuir, dentro das suas possibilidades, para o desenvolvimento nacional, mantendo o compromisso com a terra de origem. 

No final do encontro, o Presidente Chapo manifestou satisfação ao constatar que há moçambicanos que, apesar de viverem na Espanha, continuam ligados ao país e a contribuir activamente. 

O Presidente da República, Daniel Chapo, foi recebido, ontem, pelo Rei Filipe VI para reiterar os laços de amizade e cooperação entre Moçambique e o Reino da Espanha. 

Através de uma publicação nas suas redes sociais, o Chefe de Estado garantiu que há vontade comum, entre Moçambique e Espanha, de aprofundar as relações bilaterais. 

“Este encontro foi uma oportunidade para reiterarmos os laços de amizade e cooperação entre Moçambique e o Reino de Espanha, bem como reafirmarmos a nossa vontade comum de aprofundar as relações bilaterais nos domínios político, económico, cultural e social”, escreveu Chapo na sua conta do Facebook.

Daniel Chapo está na Espanha para participar na IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento, que terá início hoje, em Sevilha, na Espanha.

O Presidente da República,Daniel Chapo, efectua  a partir de hoje uma visita de trabalho ao Reino da Espanha. Durante a visita, Daniel Chapo vai participar na IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o  Financiamento ao Desenvolvimento, a decorrer em Sevilha, na  Espanha. 

Segundo o comunicado da Presidência da República, a IV Conferência Internacional sobre o Financiamento ao  Desenvolvimento constitui uma oportunidade para impulsionar a  implementação da Agenda 2030, de forma a assegurar o  cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O evento reúne líderes políticos, financeiros e comerciais para  formular uma abordagem coerente das questões que flagelam o  desenvolvimento global e a ajuda ao comércio e à dívida. 

Na referida conferência, será adoptado o “Compromisso de Sevilha”, que se afigura um plano para o financiamento do desenvolvimento para  a próxima década. 

Nesta deslocação, o Chefe do Estado faz-se acompanhar pela sua esposa, “que tem na agenda um programa  inserido nos esforços contínuos do Gabinete da Primeira-Dama  visando reforçar a justiça social, equidade no acesso à saúde e inclusão das comunidades mais vulneráveis nos serviços públicos  fundamentais”. 

Fazem também parte da delegação moçambicana os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,Maria dos Santos Lucas; das Finanças, Carla Louveira; de Plano e  Desenvolvimento, Salimo Valá; da Economia, Basílio Muhate; o ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil, Ricardo Sengo; Embaixador de Moçambique no Reino da Espanha, Eugénio Langa; o Representante Permanente de Moçambique nas  Nações Unidas, Domingos Fernandes; quadros da Presidência da  República e de outras instituições do Estado.

O Presidente da República, Daniel Chapo, recebeu, esta quinta-feira, em Maputo, a presidente da  Assembleia Nacional de Angola, Carolina Cerqueira, que trazia uma mensagem do Chefe do Estado angolano, João Lourenço.

A  audiência decorreu no quadro das comemorações dos 50 anos da  Independência Nacional de Moçambique, tendo servido para  reafirmar a amizade e a cooperação bilateral entre os dois países.

Em declarações à imprensa após o encontro, Carolina Cerqueira disse  sentir-se “muito honrada” por participar nas festividades em  representação do povo angolano. “Trazemos a solidariedade e  amizade do povo angolano para com os nossos irmãos do Índico”,  afirmou. 

A presidente do Parlamento angolano recordou a história comum que  une os dois países, desde as lutas de libertação até à reconstrução  nacional, passando pela reconciliação. “Temos a mesma trajectória  de luta contra o colonialismo, de proclamação da independência há  50 anos, reconstrução nacional, reconciliação nacional”, referiu,  destacando os desafios actuais de desenvolvimento, integração regional e solidariedade entre os povos. 

Segundo Cerqueira, as lideranças de Angola e Moçambique estão  alinhadas em torno da construção de um futuro mais próspero.  “Pensamos que as lideranças dos dois países estão atentas, estão  preocupadas com um futuro melhor para as nossas populações”,  afirmou, valorizando a importância da cooperação política e  institucional a nível bilateral e regional. 

Ao transmitir a mensagem do Presidente João Lourenço, a dirigente  sublinhou que foi reafirmada “a amizade e a importância da  cooperação bilateral entre os dois países, para no contexto regional  da África Austral, SADC, e a nível internacional possamos continuar a  avançar a favor da paz”. 

Cerqueira sublinhou que sem paz não é possível alcançar outros  objectivos nacionais. “Sem paz não há desenvolvimento, sem paz não  há justiça social, sem paz não há prosperidade”, declarou, 

defendendo que este é um dos pilares mais importantes das agendas  políticas de Moçambique e Angola. 

A representante do parlamento angolano afirmou que os dois países  devem continuar a ser uma presença activa nas grandes agendas  internacionais. “Devemos ser uma voz forte e uma presença efectiva  nas agendas, tanto regionais como internacionais, a favor da paz e da  prosperidade”, reforçou. 

No mesmo contexto, Carolina Cerqueira revelou que Angola prepara se para celebrar o seu próprio cinquentenário, e adiantou que  Moçambique estará representado ao mais alto nível, conforme  garantido pelo Presidente Daniel Chapo durante a audiência. 

“Somos irmãos não só no âmbito da CPLP [Comunidade dos Países de  Língua Portuguesa], mas também no âmbito da SADC e de uma  cooperação profícua e solidária entre os nossos povos e os nossos  países. Podem contar com Angola, e estamos certos também que  Angola pode contar com Moçambique”, concluiu.

O Presidente da República recebeu em audiência, esta quinta-feira, o Ministro da Energia, Água e Hidrocarbonetos das Comores, Aboubacar Said Anli. O encontro visou o reforço dos laços de amizade e cooperação entre os dois países, com enfoque na segurança regional, representação diplomática, delimitação marítima e apoio à reivindicação das Ilhas Mayotte.

Foi no âmbito da visita inserida nas celebrações do 50.º aniversário da Independência de Moçambique, que Aboubacar Said Anli foi recebido em audiência pelo Chefe do Estado moçambicano.

Durante a audiência, as partes abordaram diversos temas de interesse comum, lembrando que ambos países alcançaram a independência no mesmo mês de Junho, em 1975, com apenas 11 dias de diferença.

“Porque, como sabem, a República de Moçambique e a União do Comores alcançaram a independência na mesma época, com 11 dias de diferença. Vocês tiveram a independência no dia 25 de Junho, nós tivemos a independência no dia 6 de Junho de 1955. Então, são 11 dias de diferença. Nós temos o mesmo problema. Nós temos vocês como um país vizinho, onde nós compartilhamos as mesmas fronteiras marítimas”, disse Aboubacar Said Anli.

E por falar em fronteiras marítimas, o governante comoriano sublinhou a necessidade de aprofundar a cooperação bilateral, com reforço na diplomacia.

“Nós solicitamos ao Presidente da República que tenhamos que reforçar nossas relações em termos de segurança. Como sabem que, hoje, a insegurança está crescendo na região, nós solicitamos que as relações entre os dois países fossem elevadas em termos de representação diplomática, aqui em Maputo, como em Moroni”, avançou.  

O ministro comoriano destacou igualmente o apoio solicitado a Moçambique para a recuperação das Ilhas Mayotte, reivindicadas pelas Comores desde a independência.

“Nós declaramos quatro ilhas, mas, infelizmente, até hoje, nós não pudemos recuperar as Ilhas Comorianas de Mayotte. O Presidente Daniel Chapo foi muito receptivo”, afirmou.  

Outro ponto importante da audiência foi a preparação da primeira Comissão Mista entre os dois países, destinada a consolidar os instrumentos de cooperação em várias áreas. “Nós abordamos a relação para manter rapidamente a primeira comissão mista entre os dois países. Então, ele também deu sua opinião em relação à manutenção dessa reunião, que deve se manter rapidamente”.

Segundo Aboubacar Said Anli, uma reunião técnica já teve lugar no final de 2024, estando os documentos prontos para assinatura. O próximo passo será a definição de uma data para a formalização do acordo.

Os Presidentes de Moçambique e de  Portugal reafirmaram, esta  quinta-feira, em Maputo, o compromisso de aprofundar a  cooperação bilateral e responder, juntos, aos desafios do futuro, num  momento considerado histórico para ambos os países. 

“A visita do Chefe do Estado português ocorre no rescaldo das  celebrações dos 50 anos da independência moçambicana e  simboliza o arranque de um novo ciclo de relações estratégicas, assente no desenvolvimento económico sustentável, na justiça social e  na valorização da língua e cultura comuns”, refere a  Presidência da República.

No final do encontro mantido na Presidência da República, Daniel Chapo destacou os laços históricos entre Moçambique e  Portugal, que qualificou como de amizade, cooperação e até de  fraternidade. “Temos relações históricas de amizade e cooperação,  de fraternidade, e até laços de familiaridade, para além de laços de  língua entre Moçambique e Portugal”, afirmou. 

O Presidente moçambicano realçou a importância simbólica da  presença do seu homólogo português em Maputo, num momento de  elevada carga histórica para o país. “Para nós é um privilégio, uma  grande honra, receber o Chefe do Estado, que é o Presidente da  República, aqui em Moçambique, Maputo, e sobretudo num  momento especial que é a passagem dos 50 anos da independência  de Moçambique”, declarou. 

Segundo o estadista, o encontro serviu para fazer um balanço positivo  das relações bilaterais e perspectivar novas áreas de cooperação.  “Fizemos um balanço bastante positivo, fizemos avaliação das nossas  relações de amizade e cooperação neste momento, que são  portanto extraordinárias”, acrescentou. 

O governante moçambicano destacou a aposta comum no  crescimento económico e na criação de melhores condições de vida  para os povos. “A nossa aposta é no crescimento e no  desenvolvimento económico de Moçambique, e os países são como  as pessoas, ninguém cresce sozinho, ninguém desenvolve sozinho”,  defendeu, reiterando a importância de parcerias económicas e  financeiras sólidas com Portugal.

Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tanto  Portugal como Moçambique atravessam um novo ciclo histórico,  caracterizado por uma transição geracional e por desafios que  exigem respostas conjuntas, acrescentando que este novo capítulo  deve ser iniciado e está já a ser construído em parceria entre os dois  países. 

O Chefe do Estado português afirmou que o desenvolvimento  económico sustentável, com justiça social, é um objectivo partilhado  pelos dois países. “Os desafios que temos para frente são os mesmos, o  desafio do desenvolvimento económico sustentável, isto quer dizer,  com condições de justiça social […] e a preocupação de ter para isso  uma colaboração económica e financeira sólida”, explicou. 

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se ainda à aceleração do tempo  como um desafio actual e transversal. “O tempo acelera todos os dias,  as necessidades aceleram, a pressão das necessidades acelera”,  observou, apelando a uma resposta conjunta e estratégica entre  Moçambique e Portugal. 

O Presidente português concluiu destacando o simbolismo da sua  presença em Maputo neste momento, elogiando a mensagem do  Presidente Chapo durante as celebrações da independência.  “Honramos o passado, mas estamos preocupados com o futuro,  esperança no futuro. É a mesma preocupação de Portugal, e estamos  juntos nisso […]. Este é o momento maior de evocação do passado,  mas sobretudo arranque para o futuro, e assim arrancamos juntos”,  finalizou. 

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