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O Presidente da República, Daniel Chapo, recebeu a chave da Cidade do Porto, esta terça-feira, durante o segundo dia de visita ao país europeu. O gesto que simboliza o reconhecimento das relações entre Portugal e Moçambique, visa reforçar a cooperação das duas nações. 

“Considerando o património cultural, linguístico e afectivo que partilhamos (…) Considerando todo o potencial de desenvolvimento conjunto dos dois países, considerando o apreço e respeito institucional do Município do Porto pelo Estado Moçambicano, considerando tudo isto, aproveito esta cerimónia para atribuir   a chave da cidade do porto a sua Excelência o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo”, disse Pedro Duarte, Presidente do Município do Porto, durante a atribuição da chave da cidade a Daniel Chapo. 

O Chefe do Estado Moçambicano agradeceu o gesto, que considerou o acto reforça os laços de amizade entre os dois países. “É neste quadro que olhamos para o porto como uma cidade que, extraordinariamente,  tem sido uma grande referência histórica e cultural”.

O Presidente da República, Daniel Chapo, manifesta o “mais profundo pesar” pela morte de Feliciano Salomão Gundana, combatente da Luta  de Libertação Nacional e um dos fundadores da Frelimo, ocorrida na madrugada  desta terça-feira, vítima de doença. 

Na sua mensagem, o Chefe do Estado exalta a grandeza e  nobreza de carácter de Feliciano Gundana, que o considera  “homem de coragem, de silêncio disciplinado e de convicções 

firmes, cuja jornada começou na génese da luta de libertação, e  se prolongou por toda a construção da nação moçambicana”. 

O Presidente da República lembra que Feliciano Gundana  ajudou a moldar os destinos da pátria não apenas na frente  libertária, mas também na arquitectura do Estado soberano que  emergiu em 1975, assumindo funções de Chefe dos Serviços de  Inteligência Militar, e liderando, “com sentido patriótico, as  Províncias de Inhambane, Nampula e Zambézia nos anos  desafiantes da consolidação nacional”. 

Na vida política, refere a mensagem presidencial, Gundana  elevou-se ao mais alto patamar da confiança partidária,  desempenhando as funções de Secretário-Geral da FRELIMO,  “num tempo em que o destino de Moçambique exigia dirigentes  de rigor, coerência e espírito de serviço”. 

Em reconhecimento pela sua “extraordinária dedicação e  exemplo de patriotismo”, o Estado moçambicano atribuiu-lhe,  em vida, o título de Herói da República de Moçambique, honra  reservada aos que entregaram a própria vida ao sonho da  liberdade colectiva. 

A Nação testemunhou igualmente, em 2024, a sua consagração  académica como Doutor Honoris Causa, em “Liberdade,  Democracia e Desenvolvimento Humano”, pela Universidade  Zambeze, acto que sublinhou a dimensão histórica e humana do  seu contributo para a paz, para a democracia e para o  desenvolvimento humano.

O Presidente da República sublinha que Moçambique curva-se  perante a memória de um dos seus filhos mais nobres, “um  patriota que atravessou todos os capítulos da nossa História,  desde a luta armada até à edificação do Estado moderno,  carregando consigo a chama da liberdade que hoje ilumina as  gerações”. 

“Hoje, Moçambique despede-se de uma consciência moral da  Pátria, de um homem cuja vida foi uma lição de serviço público,  uma escola de integridade e uma bênção de esperança para  todos nós. Os que hoje caminham em paz nesta terra devem a  sua tranquilidade a homens como Feliciano Gundana. O seu  legado não desaparecerá: ficará gravado na memória da  Nação, como luz que orienta e inspira o futuro”, afirma o Chefe  do Estado. 

Aos familiares, amigos, companheiros de luta e a todos quantos  foram tocados pela sua dedicação, o Presidente da República  endereça as mais sentidas condolências, em nome de todo o  Povo e do Governo moçambicanos, bem como em seu próprio,  “solidarizando-se neste momento de dor, mas também de  gratidão eterna”.

A Assembleia da República aprovou, esta segunda-feira, na generalidade, a proposta de lei que estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Saúde. A iniciativa, apresentada pelo Ministro da Saúde, Ussene Hilário Isse, pretende modernizar o sector, harmonizar as políticas nacionais de saúde  nomeadamente as de políticas 77 e 91  e responder às necessidades actuais do contexto sanitário moçambicano.

Segundo o Ministro da Saúde, a proposta visa proteger a saúde dos moçambicanos, assegurando custos mínimos e uma gestão mais eficiente dos recursos. “O nosso objectivo é proteger a saúde dos moçambicanos, mantendo os custos o mais baixos possível e garantindo um sistema mais forte e mais organizado”, afirmou.

A proposta de lei introduz um modelo integrado que passa a unir as intervenções dos sectores público, privado e comunitário, reforçando o papel do Ministério da Saúde como entidade reguladora e fiscalizadora. “Com esta lei, vamos unificar a política nacional de saúde. O Ministério passa a assumir com maior clareza o papel de fiscalizador, enquanto o Serviço Nacional de Saúde será o principal executor das políticas definidas”, explicou Ussene Hilário Isse.

O governante acrescentou que o Executivo pretende fortalecer a articulação entre prestadores públicos e privados, permitindo a troca de doentes entre unidades sanitárias — um mecanismo que, segundo disse, reduzirá custos e evitará que muitos pacientes sejam enviados ao estrangeiro. “O país gasta muitos recursos na transferência de doentes. Esta lei vai dar mais robustez ao sistema e permitir que mais moçambicanos sejam tratados dentro do país”, sublinhou.

A proposta inclui ainda novos mecanismos de protecção social na saúde, definindo de forma clara os serviços mínimos a garantir em situações de greve ou crise.

Reconhecendo que cerca de 65% da população vive em zonas rurais, o Ministro destacou o reforço da medicina tradicional e alternativa como componente complementar do Sistema Nacional de Saúde. “A medicina tradicional será integrada de forma mais sólida, porque continua a ser uma resposta fundamental em muitas zonas rurais”, referiu.

O diploma irá igualmente reorganizar a intervenção das organizações não-governamentais, evitando duplicações e garantindo maior impacto nas comunidades. “Hoje, muitas ONG trabalham nas mesmas áreas e províncias. A nova lei vai permitir uma coordenação mais eficiente e um melhor aproveitamento dos recursos”, destacou.

Durante a apresentação, Ussene Hilário Isse alertou para o agravamento dos problemas de saúde pública relacionados com o álcool e o excesso de peso. Dados oficiais indicam que, em 2007, pouco mais de 30% dos moçambicanos não consumiam álcool, mas, em 2024, apenas 11% se mantêm abstinentes. “O consumo de álcool está a aumentar e o excesso de peso já constitui um risco sério para a saúde pública. Precisamos de uma lei que responda a estes fenómenos emergentes”, afirmou.

O Ministro classificou igualmente a doação e o transplante de órgãos como um “problema de saúde pública”, defendendo a necessidade de o país avançar para soluções internas, sobretudo no domínio do transplante renal. “O transplante renal pode ser uma saída importante para muitos moçambicanos. A lei pretende mudar o actual cenário e os deputados devem olhar para este assunto com máxima atenção”, apelou.

Outra novidade introduzida é o estabelecimento de um seguro de saúde, que criará bases legais para novos mecanismos de financiamento e aliviará a pressão sobre o sistema público. A proposta apresentada pelo Governo é composta por 63 artigos distribuídos por nove capítulos e foi, segundo o Ministro, “totalmente harmonizada” para garantir coerência com os instrumentos internacionais e com a realidade nacional.

A proposta de lei que estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Saúde foi aprovada por consenso pelas quatro bancadas parlamentares, embora a oposição tenha apresentado várias recomendações e alertado para a necessidade de aperfeiçoamento de algumas alíneas.

A deputada Judite Sitoe, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), afirmou que, apesar de a sua bancada considerar a proposta “fundamental”, o documento ainda carece de melhorias importantes. “A proposta carece de melhorias e não traz de forma clara as linhas proibitivas. Esta ausência pode abrir espaço para a prática de crimes”, alertou. A deputada acrescentou ainda que “não é por falta de lei que o país está a registar escassez de medicamentos nos hospitais; é urgente a intervenção do Governo”.

A RENAMO, que também viabilizou o instrumento legal, apontou problemas estruturais no sector da saúde que, no seu entender, deveriam ser considerados na revisão da proposta. “A lei é boa, mas precisa de ser revista, começando pela regularização dos salários e das horas extraordinárias atrasadas dos profissionais de saúde. É preciso apetrechar as instituições sanitárias; não se explica que até agora não tenhamos blocos operatórios em alguns distritos”, afirmou o deputado Saimone Macuane.

Já a bancada do PODEMOS apelou à responsabilidade do Executivo na implementação da futura lei, reforçando a necessidade de garantir que os moçambicanos sejam os principais beneficiários. “Esperamos que a lei venha beneficiar os moçambicanos e que contribua para a melhoria do Sistema Nacional de Saúde”, declarou o deputado João José.

O Presidente da República, Daniel  Chapo, reuniu-se hoje, na cidade do Porto, com a  comunidade moçambicana residente em Portugal, num encontro  marcado pelo apelo ao reforço das ligações entre a diáspora e o  país, pela partilha da situação política e económica nacional e pela  valorização do papel da comunidade no processo de diálogo  inclusivo que Moçambique está a conduzir. 

Durante a sessão, enquadrada na visita de trabalho que efectua a  Portugal para participar na VI Cimeira Bilateral Portugal–Moçambique,  o Chefe do Estado explicou o contexto da sua deslocação, sublinhando a importância do reforço das relações de amizade,  cooperação, irmandade e familiaridade entre os dois países. O  Presidente da República agradeceu a participação activa da diáspora nos  processos sociais, económicos e políticos que ligam Moçambique a  Portugal. 

Ademais, manifestou satisfação por estar junto dos compatriotas  residentes no país europeu, afirmando tratar-se de uma oportunidade  essencial de contacto directo e diálogo. Partilhou informações sobre a  situação política, económica e social do país, destacando o Diálogo  Nacional Inclusivo em curso, cuja finalidade é consolidar a paz e a  estabilidade com a participação de todos os estratos sociais, sem  discriminação de qualquer natureza. 

Ao reforçar a natureza ampla deste processo, o governante afirmou  que “neste momento, este diálogo está a acontecer, não só ao nível  do país, mas também na diáspora, e nós achamos que todos nós  precisamos de participar”. Por isso, apelou à comunidade  moçambicana em Portugal para contribuir com ideias e propostas  que enriqueçam as discussões nacionais. 

O Chefe do Estado apresentou igualmente a visão do Governo para o  actual ciclo, assente no lançamento dos alicerces da independência  económica, destacando que Moçambique dispõe de condições  favoráveis em áreas como turismo, transportes, logística, corredores de  desenvolvimento, recursos minerais, agricultura, energia e indústria.  “Precisamos todos estar unidos e trabalhar para que esta  diversificação da nossa economia possa acontecer”, afirmou. 

O estadista saudou o contributo contínuo da comunidade  moçambicana para a boa imagem do país em Portugal, reconhecendo que representam de forma exemplar a diáspora nos  mais diversos planos, incluindo o cultural. 

Sublinhou que Moçambique tem beneficiado das contribuições vindas  dos seus cidadãos no exterior, em particular de Portugal. “Vamos  continuar a trabalhar juntos para encontrar soluções às preocupações  que aqui foram apresentadas, que são todas legítimas, registámos e  vamos continuar a trabalhar para melhorar”, garantiu. 

O Presidente da República anunciou ainda medidas concretas para  responder a algumas das preocupações levantadas, assegurando  que equipas móveis serão enviadas a Portugal para facilitar o  tratamento de documentos, e que o Governo está a mobilizar recursos  para que estas brigadas permaneçam por mais tempo no país e  noutros destinos com forte presença da diáspora. 

Outrossim, informou também sobre as reformas em curso na Linhas  Aéreas de Moçambique (LAM), anunciando a intenção de retomar  voos de Moçambique para Portugal, bem como para o Brasil e a  Índia. “Já está na manga a retoma dos voos para Portugal”, disse,  defendendo que essa retoma contribuirá para estabilizar os preços  das passagens. 

Em nome da comunidade, os representantes consideraram a visita do  Presidente Chapo “uma honra”, sublinhando que há muitos anos um  Chefe do Estado moçambicano não visitava a cidade do Porto, facto  que descrevem como um “abraço do país”. 

Recordaram que a diáspora é composta por cerca de 13.700  moçambicanos entre estudantes, profissionais, empreendedores,  atletas e famílias. Reconheceram desafios relacionados com 

adaptação cultural, acesso a oportunidades e burocracia, mas  afirmaram enfrentá-los com coragem, acrescentando que aspiram a  contribuir activamente para as soluções do país. 

A comunidade pediu mais bolsas de estudo, maior atenção dos  ministérios às dinâmicas da diáspora, a criação de um espaço físico  para actividades culturais e reafirmou a disponibilidade para reforçar  o desenvolvimento de Moçambique. 

Moçambique e Portugal deverão assinar 21 acordos no âmbito da visita de trabalho que o Chefe do Estado efectua àquele país europeu. O destaque vai para Infra-estruturas, Transformação digital, Agricultura, Educação, Saúde e Energia. Daniel Chapo chegou a Portugal na noite deste domingo.

É a segunda vez que Daniel Chapo aterra em Portugal na qualidade de Chefe do Estado moçambicano. E foi recebido pelo chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, que é ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros deste país europeu.

Depois de uma troca de impressões, Daniel Chapo seguiu para o hotel onde a delegação moçambicana o aguardava para uma saudação e repouso, até porque as actividades desta visita de trabalho iniciariam logo no fim da manhã de hoje.

O principal objectivo da visita é aprofundar a cooperação, o que deverá se efectivar com acordos específicos sobre Infra-estruturas, Transformação digital, educação, saúde, agricultura e energia. E é mesmo aprofundamento, até porque já existem alguns acordos em vigor nestas áreas.

Por exemplo, Portugal e Moçambique têm um acordo fechado na Educação, no âmbito do Fundo de Apoio a este sector, que vigora entre 2022-2026.

Entretanto, além do reforço da cooperação, nesta visita Moçambique quer agradecer a Portugal pelo seu apoio. O combate ao terrorismo é uma das áreas em que o país dirigido por Marcelo Rebelo de Sousa tem apoiado Moçambique.

Além da ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, nesta visita acompanham o Chefe do Estado moçambicano o ministro da Economia, o ministro dos Transportes e Logística, os secretários de Estado do Tesouro e Orçamento, das Minas, entre outros governantes.

Os deputados da Assembleia da República foram instados a fortalecer o quadro jurídico que regula o trabalho marítimo em Moçambique, ajustando-o às disposições da Convenção Internacional do Trabalho Marítimo de 2006, com vista a garantir maior dignidade aos trabalhadores deste sector.

O apelo foi feito durante um seminário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), envolvendo deputados membros das comissões dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade, dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social, e de Agricultura, Economia e Ambiente, 1ª, 3ª e 5ª comissões, respectivamente. 

De acordo com a Presidente da 3ª Comissão, Lucília Nota Hama, para se chegar a este desiderato há uma necessidade de Parlamento reforçar o seu papel legislativo, preparando as iniciativas necessárias e fortalecer o quadro jurídico, bem como garantindo a articulação entre o Parlamento, o Governo, a inspecção, a justiça e os parceiros sociais.

“Somos, igualmente, chamados a intensificar a nossa acção fiscalizadora, assegurando que os compromissos do Estado se traduzam em mecanismos eficazes de inspecção, aplicação a justiça, com o envolvimento crucial do Tribunal Marítimo, do Ministério Público e das instituições de fiscalização”, disse Hama apelando aos seus pares para que analisem com rigor as lacunas legislativas identificadas, para alinhar a legislação nacional com as disposições da Convenção do Trabalho Marítimo, 2006.

Para a Presidente da 3ª Comissão, a identidade nacional de Moçambique está profundamente ligada ao mar, e a sua costa, com mais de 2.400 km, sustenta comunidades, dinamiza o comércio e torna a economia azul um pilar essencial do desenvolvimento sustentável.

“Para que este potencial se realize com justiça e equidade, é imperativo que quem trabalha no mar, os nossos marinheiros, pescadores e profissionais do sector, o faça em condições dignas, seguras e justas”, disse Hama alertando que foi com este propósito que Moçambique ratificou a Convenção do Trabalho Marítimo (MLC, 2006), em 25 de Maio de 2021, assumindo perante o mundo um compromisso claro com os mais altos padrões internacionais de trabalho digno neste sector.

Por sua vez, o Director do Escritório da OIT para a África Austral, Juvenal Arcanjo, sublinhou que os principais instrumentos legais relacionados ao trabalho marítimo em Moçambique são o Regulamento do Trabalho Marítimo (RTM, aprovado pelo Decreto n.º 50/2014, de 23 de Setembro) e a Lei do Trabalho (Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto, entretanto, revogada pela Lei n.º 13/2023 de 25 de Agosto), “os quais não cobrem integralmente os requisitos da MLC, 2006”.

“A realização do Diálogo Parlamentar sobre o Trabalho Marítimo marca mais um estágio na relação entre a Assembleia da República e a Organização Internacional do Trabalho”, disse explicando que este diálogo visa envolver os parlamentares na promoção do trabalho digno no sector marítimo em Moçambique, destacando a necessidade de abordar as lacunas legislativas e alinhar a legislação nacional com as disposições da MLC, 2006.

Moçambique ratificou a MLC, 2006, através da Resolução n.º 5/2018, de 18 de Setembro, reiterando deste modo o seu compromisso de melhorar as condições de trabalho dos marítimos. 

A ratificação de Moçambique, junta-se à de outros 110 Estados, que fazem desta convenção uma das mais cultivadas ao nível da Organização Internacional do Trabalho, representando mais de 95 por cento da tonelagem bruta mundial de navios, e é frequentemente descrita como sendo a “Carta de Direitos dos Marítimos” e um instrumento para criar condições equitativas para os países e armadores que se comprometem a proporcionar condições de trabalho e vida dignas aos marítimos, protegendo-os da concorrência desleal por parte dos navios que não cumprem as normas. 

Para além dos deputados da Assembleia da República, participaram do Diálogo Parlamentar sobre o Trabalho Marítimo actores não parlamentares, como as constituintes tripartidas da OIT, que aplicam a legislação do trabalho marítimo, incluindo os tribunais do trabalho e o Tribunal Marítimo, académicos, bem como estudantes de ciências náuticas no país.

O Presidente da República, Daniel Chapo, efectua, de hoje até dia  09 do mês em curso, uma visita de trabalho à República Portuguesa, no âmbito da participação na VI Cimeira Bilateral Portugal– Moçambique, que terá lugar na cidade do Porto.

A VI Cimeira Bilateral tem como objectivos aprofundar a cooperação política e económica, promover investimento e parcerias empresariais, bem como discutir áreas estratégicas como finanças, administração pública, digitalização e energias renováveis. 

Durante o encontro, está igualmente prevista a assinatura de instrumentos jurídicos de cooperação em diversos domínios, que incluem educação, saúde, agricultura e energia. 

Ainda no âmbito da sua agenda, o Chefe do Estado participará na sessão de abertura do Fórum Económico promovido pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), evento paralelo à Cimeira e orientado para o reforço das oportunidades de negócio e cooperação empresarial entre os dois países.

O Presidente do Partido Frelimo desafia os deputados da sua bancada, na Assembleia da República, a refletirem na possibilidade de revisão da lei que obriga os funcionários públicos a reformarem aos 60 anos. Daniel Chapo, que falava neste domingo, durante uma reunião na Escola do Partido Frelimo, não disse o que deve mexer na lei. 

Quando faltam cerca de duas semanas para Daniel Chapo apresentar o informe anual do Chefe do Estado ao Parlamento, pela primeira vez, na qualidade de Presidente da República, o Presidente da Frelimo reuniu-se, neste sábado, com deputados da bancada do seu partido, para entre outros debater as funções e desafios dos mandatários do povo.  Na sessão de abertura, o Presidente de partido exigiu dos mandatários do povo a defesa do interesse nacional, com debates produtivos e a busca de consensos.  

“Num contexto dominado pela guerra das narrativas, através das redes sociais, sobretudo com recursos de redes sociais, como aqui dissemos, e órgãos de comunicação social, é fundamental que o nosso deputado tenha o conhecimento aprofundado em torno dos fenômenos políticos sociais e das matérias em debate. Quanto mais apresentarmos evidências, fundamentos e provas concretas da posição que estamos a tomar, melhor é. Estamos a dizer que a nossa força como bancada não deve residir apenas na chamada ditadura do voto. Devemos vencer o debate pela força da lógica, da palavra, do fundamento e não pela lógica da força”, falou Daniel Chapo.  A necessidade de reanálise das leis aprovadas pela Assembleia da República é uma das orientações de Chapo aos seus camaradas. 

“Queremos que haja uma maior articulação através da troca regular de informações entre a primeira-ministra e a chefia da bancada e a presidência da Assembleia da República. O mesmo deve acontecer entre os ministros e os presidentes das comissões. Na harmonização antecipada das matérias para evitar a aprovação de leis que embaraçam a governação e a vida dos cidadãos, como aconteceu em várias ocasiões. Por isso, provavelmente, ao longo desta legislatura, devemos reexaminar e, se for necessário, fazer a sua revisão para tornar mais eficiente o funcionamento de algumas instituições, de alguns casos concretos, como a questão da lei de reforma obrigatória aos 60 anos e também outras leis importantes”, explicou. A direcção máxima da Frelimo referiu-se à contribuição positiva dos deputados, no suporte ao executivo. 

“Continuaremos empenhados no combate contra o terrorismo porque não há paz, ou melhor, não há desenvolvimento sem paz e segurança. Este é um mal que continua a obrigar o deslocamento e o sofrimento das famílias moçambicanas na província de Cabo Delgado e também nos distritos de Erate e Memba, na nossa província de Nampula. O combate a este mal exige a participação de todos nós e os deputados devem assumir este combate como um desafio de todos nós”. No fim do encontro, que decorreu a portas fechadas, o chefe da bancada fez um balanço positivo.

“A nossa actuação continuará sempre a pautar pela humildade, pela disciplina, mas também pela integridade e, acima de tudo, pela coerência na apreciação e aprovação dos instrumentos que serão remetidos à Assembleia da República”. Questionado sobre a possibilidade de reexame de instrumentos, Feliz Silvia respondeu.

“Na verdade, se se mostrar necessário, nós estamos prontos para cumprir com este desiderato é regimental, é constitucional e acreditamos que isto pode ser feito e a bancada da Frelimo vai assumir a dianteira porque, se for para melhorar o nosso edifício legal, se for para garantir melhoria de vida das nossas populações, nós não temos mãos a medir”, Feliz Silvia.

Recorde-se que em 2024, o então Ministério da Economia e Finanças publicou um ofício, dando um prazo de 15 dias para os funcionários e agentes do Estado que já tinham entre 60 e 65 anos de idade fossem fossem a reforma, uma medida bastante comentada na esfera pública.

O Presidente da República diz que a arte não deve ser luxo, mas sim um instrumento de transformação social. Daniel Chapo, que falava neste sábado, em Maputo, no lançamento do Concurso Nacional de Literatura, apela aos jovens para que apostem  na criatividade.

O Concurso Nacional da Literatura estará subdividido em três categorias, nomeadamente poesia, prosa e ensaio. O vencedor de cada uma das categorias poderá receber um prémio de um milhão de meticais.   A informação foi partilhada, este sábado, pelo Presidente da República, Daniel Chapo, a quem coube lançar o concurso criativo. 

“Para além do incentivo financeiro, os vencedores terão o privilégio de ver as suas obras publicadas e divulgadas, sob a responsabilidade dos que organizam. Com este gesto, pretendemos estimular a profissionalização da escrita e promover o acesso público do moçambicano a novas vozes, novas ideias e novas narrativas que enriquecem a nossa cultura. Este concurso representa igualmente uma viragem decisiva no incentivo do Estado à produção literária”, explicou Chapo. O Chefe de Estado considera que a arte tem o poder de transformação social e, por isso, deve ser, também, um instrumento de diálogo. 

“A literatura tem um poder único de eternizar momentos, emoções e mensagens. Uma obra escrita pode atravessar gerações e continuar a ensinar, inspirar e dialogar com o futuro. Reafirmamos que a arte não deve ser vista como um luxo, mas como uma necessidade fundamental para o desenvolvimento humano e social.” A iniciativa é do Ministério da Educação e Cultura em parceria com a Associação dos Cineastas e a Associação dos Escritores de Moçambique. 

“ Há tantos artistas cujas obras estamos a ler até hoje, de gerações e gerações, mas as suas obras continuam a ser eternizadas. Já desenhamos projetos que encorajam e promovem a participação da juventude, a participação e a inclusão de iniciativas criadoras da juventude. No fundo, o que nós queremos é a felicidade dos moçambicanos, manter a memória coletiva, manter este bem comum que é estarmos juntos e vivermos juntos e fazermos a nossa pátria”, explicou Filimone Meigos, secretário-Geral da AEMO. Na ocasião, o Chefe do Estado anunciou a implementação da iniciativa “Um Distrito, Uma Casa de Cultura”. 

“É preciso criar um espaço em cada distrito deste país para que os fazedores das artes e cultura se encontrem. Nós temos falado muito sobre jovens que estão a se perder devido ao consumo de álcool, de droga e outros males, mas nós também temos que reconhecer que é preciso criar espaços para que estes jovens se ocupem positivamente.”

Os termos de referência do Concurso Nacional de Literatura serão anunciados no próximo ano. 

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