O Sheik Umar Aiuba defende a poligamia, mais concretamente a poliginia, sendo que o homem que pretenda ter mais de uma mulher deverá observar todas as regras do alcorão.
Poligamia, nos seus dois tipos – poliginia (um homem casa-se com diferentes mulheres) e poliandria (uma mulher casa-se com dois ou mais homens) –, é um tema polémico e que divide opiniões, até porque muitas pessoas, quer homens quer mulheres, não aceitam esta prática.
No entanto, na perspectiva islâmica, a poliginia é algo normal e é vista sem tabu. Aliás, numa palestra havida em Quelimane com irmãos muçulmanos, o Sheik Aiuba, palestrante, recordou que o alcorão, livro sagrado da religião muçulmana, permite aquele tipo de casamento, dando abertura para que qualquer muçulmano, querendo, possa praticar.
“Eu acho que o facto de o alcorão falar da poligamia (referindo-se à poliginia) como uma permissão já é uma abertura para qualquer muçulmano entender isso e simplesmente aprender a encarar. Não é coisa para mostrar rebeldia ou qualquer forma de insatisfação (…). Enfatizo, aqui, que não é um factor obrigatório, o que é necessário é que os que praticam a poligamia saibam como praticar”, explicou o Sheik Umar Aiuba.
Inuss Ismail, um dos dirigentes da comunidade muçulmana na Zambézia, falou da poliginia como tipo de casamento que visa acabar com a promiscuidade.
“É muito importante que a nossa sociedade deixe de enveredar pela hipocrisia, porque todos nós conhecemos a promiscuidade que existe. Portanto, temos que assumir as regras do islão, como os preceitos que concedem a respeito da poligamia (referindo-se à poliginia). Então, o islão diz que poligamia é permitida, mas tem suas regras”, disse Inuss Ismail.
Por seu turno, as mulheres muçulmanas presentes no evento dizem que, apesar de o tema ser polémico, aceitam, mas adiantam que deve haver equilíbrio de tratamento do marido para com as suas mulheres, tal como manda o alcorão.
“É importante aceitarmos as outras mulheres, porque se pede que os homens sejam justos. Então, havendo essa justiça para as mulheres, penso eu que não há problema e pode viver-se em harmonia”, adiantou Judite Cassima.
Catija Hussein, outra muçulmana, diz que a poliginia reflecte a solidariedade que as mulheres devem ter entre si. “Eu concordo. Eu tenho que ser solidária para com as outras. A mulher muçulmana está preparada.”