A demissão de Yasuhiro Hanashi, esta sexta-feira, terá sido influenciada por uma piada, muito criticada, que fez sobre pena de morte, ao dizer que o ministro da Justiça é um cargo discreto, que só pode ser notícia “quando assina uma execução”.
Yasuhiro Hanashi disse, durante uma reunião política, que “Servir como ministro da Justiça não ajuda a arrecadar muito dinheiro ou garantir muitos votos” e que o ministro da Justiça é um cargo discreto, que só pode ser notícia “quando assina uma execução”.
Esse comentário gerou críticas dentro e fora do Partido Liberal Democrático (LDP), que apoia o Governo.
Em reacção, o Primeiro-ministro, Fumio Kishida, disse, durante uma sessão parlamentar, na quinta-feira, sem se ter referido à possibilidade de demitir o ministro, que Hanashi “deve exercer o seu papel (…) tomando consciência do peso de sua posição profissional”.
“Estas foram palavras imprudentes e eu levo [a reacção] a sério, de forma a não voltar a fazer algo semelhante a partir de agora. Sinto muito”, disse Hanashi, horas antes de ser demitido.
A saída de Hanashi representa um novo revés para Kishida, imerso numa crise de popularidade devido aos vínculos de membros do Executivo com o controverso grupo religioso Igreja da Unificação, que levou à renúncia, em Outubro, de um dirigente do Ministério da Economia.
O baixo índice de aprovação do Governo de Kishida tem sido ainda motivo por outros escândalos, incluindo o alegado uso indevido de fundos públicos por parte do ministro do Interior e Comunicações, Minoru Terrada.