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“Dissidentes” formam Renam Democrática para evitar “regresso ao monopartidarismo”

Supostos dissidentes da Renamo uniram-se para fundar o movimento RENAM Democrática (RD). O grupo promete uma coligação da oposição forte para vencer o partido no poder.

Vitano Caetano Singano, natural de Marromeu, em Sofala, diz ser membro da Renamo há 30 anos. É o presidente interino do movimento RENAM Democrática. À nossa reportagem explicou a razão da criação da Remam Democrática (RD). “Queremos resgatar a confiança do povo, dado o novo cenário que nos indica que estamos prestes a regressar ao monopartidarismo por causa da apatia da oposição”, explicou Singano.

Para o efeito, o movimento pretende acabar com a actual liderança da Renamo e criar uma coligação dos partidos da oposição forte e capaz de fazer frente ao partido no poder.

“O nosso líder Afonso Dhlakama morreu enquanto já tinha aprovado a coligação em torno de um único candidato para as eleições de 2019. No dia 11 de Junho de 2019, os partidos extra-parlamentares aproximaram-se ao presidente da Renamo (Ossufo Momade) e mostraram a referida carta deixada pelo finado. Na altura, mostraram vontade de concorrer com a Renamo com objectivo de derrubar o partido no poder. Nessa coligação, não entravam os lugares na Assembleia da República, mas era apenas o apoio apenas para a Presidência da República. A partir desse momento, entendemos que ele não queria a união, queria a dispersão de votos. Já que ele não quer a união, nós vamos dar seguimento aos ideais de Dhlakama”, explicou.

Quanto à origem do financiamento do movimento, Singano disse ser fruto “de membros que ficaram desgastados com a actual imagem da Renamo. Digo mais, os nossos parceiros em África e na Europa estão à espera que as coisas aconteçam na base. Temos quadros que estão na Assembleia da República, que, por questões de leis, não podem mostrar apoio publicamente. Neste momento, estamos a trabalhar com 128 delegados distritais e vamos provar a existência de apoiantes nas visitas que faremos a Tete, Manica e Zambézia”.

MOVIMENTO PROMETE 20 MIL ASSINATURAS DE APOIANTES

Singano prometeu ainda impressionar até os críticos no dia da formalização do partido. “Vamos registar este movimento com mais de dez mil assinaturas. A minha meta são 20 mil assinaturas e isso é possível. Digo isso com conhecimento de causa da realidade. No dia da entrega da documentação, iremos chamar a imprensa para mostrar isso”, garantiu.

Sobre a bandeira do movimento ser semelhante à da Renamo, Singano reconheceu que a situação pode baralhar o eleitorado, mas “os elementos contidos na nossa bandeira justificam. Temos que valorizar os ideais de André Matsangaíssa e de Afonso Dhlakama”, defendeu.

O líder interino da RD disse também ter experiência política e negou ter abandonado a Renamo há 10 anos, como alegou José Manteigas, porta-voz da Renamo no programa Noite Informativa desta quinta-feira.

A liderança do Movimento Renam Democrática disse estar em processo de formalização como partido, estando a contar com apoio “juristas de gabarito”.

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