A Associação de Apoios a Albinos exige a alocação de médicos dermatologistas para zonas rurais. O grupo queixa-se de práticas contínuas de raptos e pede ao Presidente da República que reforce acções de protecção aos albinos.
Não é novidade que pessoas com albinismo têm sido vítimas de perseguições, para extracção dos seus órgãos, raptos e assassinatos e que a cor da sua pele tem sido associada a práticas supersticiosas.
Porque os casos são recorrentes, mais uma vez, o grupo queixa-se de insegurança.
“As habitações das pessoas com albinismo, no meio rural, não oferecem segurança, o que facilita o acesso aos inimigos ou às pessoas de má-fé”, explicou o Delegado Regional Centro e Norte da Associação de Apoios a Albinos de Moçambique (AlbiMoz), Cristiano Carlos Cumbane.
Outra queixa está ligada à falta de médicos dermatologistas nas zonas rurais e a não oferta de óculos e protetores solares, nas unidades sanitárias.
As preocupações foram todas apresentadas ao Presidente da República, Daniel Chapo, em audiência, esta quarta-feira.
““O grosso de pessoas com albinismo está no meio rural, lá onde não temos a especialização de dermatologista, não temos hospitais de referência. “Temos a questão que tem a ver com a disponibilização dos acessórios de protecção, que incluem os óculos de vista e os protectores solares que não estão disponíveis no Sistema Nacional de Saúde”, disse, acrescentando que o Presidente da República se mostrou empenhado em procurar soluções com parceiros nacionais e internacionais.
Em audiência com o chefe do Estado, o grupo falou da necessidade de mais apoio, para garantir segurança e protecção dos albinos.
““A nossa intenção neste preciso momento é levar avante um projecto com o nome Albinismo com Dignidade, que tem como objectivo mapear as zonas propensas a estas prática”.
Outro projecto prioritário é o Casa Segura, que visa a construção de habitações seguras e condignas para pessoas com albinismo. “Este projecto será lançado assim que tivermos um parceiro disponível para financiar, numa fase inicial ou piloto, uma média de 100 casas distribuídas em todos os distritos onde estamos a operar como delegado”, declarou Cumbane.
Ainda esta quarta-feira, Daniel Chapo recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Congo, que apresentou formalmente a candidatura de Eduard Firmin Matoka ao cargo de director-geral da UNESCO,
“Sua Excelência Daniel Chapo prometeu trabalhar junto dos países da SADC para promover a candidatura do senhor Matoka. O Presidente considera que a África deve estar envolvida em todas as áreas do mundo e em todas as áreas nas quais o senhor Eduard Firmin Matoka trabalha, desde a ciência, tecnologia, cultura, educação, informação e tudo que a UNESCO representa”, explicou Jean Claude Gakosso, Ministro dos Negócios Estrangeiros/República do Congo
O encontro serviu também para reafirmar os laços de cooperação entre Moçambique e a República do Congo.