A história em torno dos dez supostos pescadores paquistaneses, que se fazem transportar numa embarcação de pesca, que foi encontrado a deriva no Porto de Beira, no passado dia 30 do mês passado, continuam a criar surpresas. Desta feita, a tripulação de um barco de pesca da PESCAMOZ, garantiu hoje a este jornal, que viu o referido barco entre os dias 7, 8 e 9 de Abril a navegar na região de Nacala Porto, província de Nampula, fazendo movimentos do alto mar para a terra, durante a noite e no sentido contrário, ou seja da terra para o alto mar, durante o dia.
Pescávamos tranquilamente na província de Nampula quando vimos este barco, numa noite, no dia sete de Abril, em direcção a terra. No dia seguinte, logo pela manhã, ele fazia o movimento contrário. Despertou curiosidade em nós porque não vimos nenhuma bandeira e nem matrícula.
Tentamos comunicar com a tripulação através do rádio de comunicação, infelizmente, nas várias tentativas ninguém respondeu. A distância entre nós e eles era grande, daí que usamos binóculos e não vimos nenhum tripulante fora. Fizeram ainda o mesmo movimento, de noite para a terra e de dia para o alto mar, por mais dois dias. Quase um mês depois quando chegamos aqui no Porto de pesca da Beira e vimos a embarcação ancorado. Portanto a versão dos tripulantes que estavam a deriva a dois meses não faz sentido" – explicou Peter Guerson, capitão do barco da PESCAMOZ, uma das pessoas que avistou a embarcação paquistanesa.
Refira-se que foi no passado dia 30 de Abril, que o barco onde se fazem transportar os 10 supostos pescadores de nacionalidade paquistanesa, foi visto a deriva na região de Savana, próximo da cidade da Beira. O barco foi socorrido até ao porto de pesca da Beira. Naquele dia os paquistaneses afirmaram à imprensa que estavam a deriva no alto mar durante dois meses depois de terem sido arrastados por um vendaval no seu território.
No dia seguinte, perante a polícia, afirmaram que estavam a deriva há apenas 20 dias. Entretanto, uma semana depois, o testemunho de um grupo de pescadores nacionais, punham em causa a versão dos mesmos, pois tinham sido vistos no dia 23 de Abril na fronteira entre as províncias de Zambézia e Nampula a navegarem para o norte do país.
Refira-se que uma equipa mista composta pelo SERNIC, Polícia marítima, administração marítima e serviços de migração, tem estado a investigar a origem deste barco e as várias versões dos tripulantes. A polícia já admitiu a possibilidade dos supostos pescadores serem colaboradores dos insurgentes de Cabo-delgado.