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Personalidades defendem que se estude a obra de Pascoal Mocumbi

Foto: O País

Várias personalidades, entre actuais e antigos governantes, renderam homenagem a Pascoal Mocumbi e destacaram as qualidades profissionais e o lado humano do antigo Primeiro-ministro. Defenderam, ainda, que a sua grandiosa obra seja estudada pela academia.

Pascoal Mocumbi será recordado pelo envolvimento em várias frentes em prol do país, na administração do Estado, na política, na investigação científica, entre outras áreas em que se notabilizou.

O ministro da Saúde, Armindo Tiago, e o antigo vice-ministro do mesmo sector, Leopoldo da Costa, falam de um homem que deu tudo de si nesta área.

“Neste momento, a família da saúde perdeu uma referência, um ícone, uma referência em todos os elementos. Portanto, a única coisa que devemos fazer é garantir que continuemos com o seu legado e com a sua obra, mas, sobretudo, continuar com a bondade de médico que ele era”, disse Armindo Tiago, para, de seguida, Leopoldo Costa afirmar que “Como ministro da Saúde, foi uma pessoa que nos transmitiu lições, sobretudo de interacções com a comunidade, humildade, para além do conhecimento científico. Investiu na formação de muitos de nós”.

Mocumbi é igualmente referenciado como humanista e mestre de muitos governantes. Hermenegildo Gamito, antigo presidente do Conselho Constitucional, destaca a abertura do antigo Primeiro-ministro: “Dedicou a marca de abertura e disponibilidade para com os cidadãos, deixou a marca de um trabalho feito em profundidade, sempre preocupado com o seu próximo e esta imagem que queremos guardar”.

Henrique Banze, antigo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, fala do papel de Mocumbi na diplomacia: “Claramente que ele contribuiu para poder colocar o nosso país na arena internacional, numa altura em que acabávamos de sair da guerra. Era preciso construir o país, e a imagem do país era muito importante para que fosse aceite e pudesse beneficiar-se de todo o apoio da comunidade internacional”.

Para os académicos e outros actores políticos e sociais, é preciso estudar e divulgar o pensamento de Mocumbi: “Eu acredito que a trajectória de Pascoal Mocumbi merece um estudo e uma preservação para ajudar as novas e futuras gerações a compreender que esta pátria produziu filhos com competência, capacidade e entrega na busca de soluções para os problemas dos moçambicanos”, defendeu o antigo vice-ministro da Educação, Luís Covane.

O Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Jorge Ferrão, também comunga da ideia de se estudar o pensamento e figura de Pascoal Mocumbi: “Agora, precisaremos de entender e estudar melhor o pensamento de Pascoal Mocumbi”.

O escritor Nelson Saúte também partilhou o seu pensamento em relação ao malogrado: “Com a sua abertura como homem público, tive o privilégio de trabalhar com ele, por isso sei do quanto era aberto e sabia valorizar os quadros moçambicanos”.

Eduardo Nihia, veterano da Luta de Libertação Nacional, conta as suas memórias com o antigo Primeiro-ministro: “Eu tive um encontro com ele pela primeira vez na Argélia em 1963. Encontramo-nos lá quando ele vinha representar a Frelimo e nós em treino. Depois daí, voltamos a encontrar-nos em Tanzânia, nos anos 1964 ou 65”.

Refira-se que Pascoal Mocumbi foi um dos fundadores da Frelimo e fez parte dos que lutaram pela independência de Moçambique.

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