Os transportes públicos de passageiros, na cidade de Maputo, continuam com lotação acima da recomendada, facto que está a acontecer sob olhar impávido do Ministério de Transportes e Comunicações (MTC).
“O Ministério dos Transportes e Comunicações deve definir o limite máximo da capacidade do veículo de passageiros, em transportes públicos e privados, incluindo os ferroviários, fluviais e aéreos, conforme a configuração do meio”, disse o Presidente da Republica, Filipe Nyusi, na sua última comunicação à nação.
No seu discurso, Filipe Nyusi disse, ainda, ao ministério em causa, que em conjugação de esforços com os municípios, devia garantir desinfecção nos terminais, o que também pouco se vê no terreno.
Devido à situação, “O País” fez-se aos terminais de transporte, onde confrontou-se com autocarros abarrotados, cenário que se replica nas filas dos passageiros que aguardam pelo transporte.
Um dos passageiros que preferiu anonimato disse que todos os dias viaja em péssimas condições, sem distanciamento físico e sem desinfectar as mãos. O homem lamentou dizendo que “estamos em perigo e a situação agrava-se com a falta de transporte”.
João Cossa, transportador há 15 anos, justifica que as enchentes não são propositadas, referindo-se à demanda que é alta, para além da pressão para a arrecadação da receita.
“As circunstâncias do trabalho são muitos difíceis devido ao custo dos combustíveis e as baixas tarifas do transporte em vigor”, explicou-se.
Enquanto os operadores levantam justificações e o ministério em causa não pôr as coisas em ordem, se a situação continuar do mesmo jeito, os autocarros serão meros focos de contágio por COVID-19.
Contra todos os esforços das autoridades de saúde, o número de infecções pelo novo Coronavírus não dão tréguas.
O Ministério da Saúde alerta que “se mantivermos a tendência crescente do número de casos e internamentos que se verificam diariamente, a situação poderá agravar-se ainda mais, deitando por terra todos esforços contra a doença”.
Os números desta terceira vaga estão a superar aos da onda anterior, com o país a registar uma média diária de mil casos e 20 mortes.