O piloto internacional, Paulo Oliveira, regressou a Maputo depois de ter conquistado o campeonato do mundo de todo-o-terreno na sua classe, que decorreu na Baja da Jordânia.
Foi mesmo um chegar, ver e vencer para Paulo Oliveira que terminou em primeiro lugar na sua classe de moto, no todo-o-terreno da Baja da Jordânia, depois de três etapas em que correu com uma motorizada que não tinha tido contacto antes. Foram etapas corridas na sexta, sábado e domingo, em que Oliveira conseguiu a glória e o feito inédito e histórico de terminar em primeiro lugar, peses embora a equipa tenha terminado na sexta posição na classificação geral.
Foi uma participação que iniciou com algumas dificuldades, aliás, desde a confirmação da participação, a viagem e a prova, mas nada que fizesse o piloto travar nas arreias da Jordânia. O próprio Oliveira revela que “as dificuldades começaram mesmo antes das provas, pois foi difícil chegar a Jordânia devido as restrições impostas pela Covid-19”, e já no teatro das operações o facto de não ter contado com a sua própria motorizada. “Não levamos a moto que estamos habituados e tivemos que, a determinada altura, contratar uma equipa que ate venceu o primeiro lugar da geral no Dubai, e competimos com uma moto completamente diferente daquela que estamos habituados, sem as afinações necessárias”, disse Paulo Oliveira.
Mas a maior grande dificuldade foi mesmo a falta de contacto com a companheira. “Normalmente nós necessitamos de dois dias de preparação, para prepararmos a moto, afinarmos e metermos todos instrumentos à nossa altura, a posição de condução, mas pegamos na mota no próprio dia da primeira etapa, na sexta-feira”, conta a odisseia o piloto moçambicano, que acrescenta que “recebemos a mota pelas cinco horas e a prova começou às 06H30 e não tivemos contacto suficiente”.
Mas mesmo assim “foi excelente, conseguimos fazer um excelente resultado, apesar destas dificuldades todas”, revela Paulo Oliveira.
À sua chegada a Maputo, empunhando o troféu da Baja da Jordânia, foi recebido por algumas dezenas de moçambicanos que ovacionaram o feito de Paulo Oliveira na prova internacional. Mas o piloto já pensa na próxima prova, que terá lugar próximo mês.
“Temos a próxima corrida já no dia 8 de Abril, e continua a ser um desafio irmos para radar de Qatar devido as restrições da Covid-19, mas vamos continuar a fazer os possíveis para podermos participar e depois estarmos numa final, em outubro, na Baja de Porto Alegre de Portugal”, disse Paulo Oliveira.
Aliás, Oliveira espera que o radar de Qatar seja tão bom quanto a corrida da Baja da Jordânia. “É uma prova que nunca participamos mas esperamos que não seja muito diferente daquela que tivemos na Jordânia”, considera o piloto moçambicano.
A meta é chegar ao “Rally Dakar” e por isso a escolha pelas provas do médio oriente para a qualificação a maior prova mundial de todo-o-terreno. “Optamos por fazer no médio oriente porque são terrenos muito parecidos com os que vamos encontrar no ‘Rally Dakar’, tendo em conta que o ‘Dakar’ desenrola-se à volta da Arábia Saudita e onde estes países todos fazem fronteira, e os terrenos, a pedras, o deserto, as dunas, são muito semelhantes”, revelou Oliveira para depois acrescentar que “esta escolha é uma forma de nos preparar para o ‘Rally Dakar’”.
Paulo Oliveira é o primeiro moçambicano a competir em provas do campeonato do mundo de todo-o-terreno em motorizadas, bem como o primeiro a disputar o Rally Dakar.