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Parte do Porto de Nacala pode ser concessionado a Malawi

Foto: IM

Moçambique vai concessionar uma parte do porto de Nacala para a gestão do Malawi. A informação foi revelada, hoje, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a recepção do seu homólogo, Lazarus Chakwera, que está de visita ao país desde ontem até hoje.

O Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, foi recebido, esta quarta-feira, na Presidência da República, pelo seu homólogo Filipe Nyusi, na sequência da visita de trabalho de dois dias que efectua ao país.

Os dois chefes de Estado mantiveram encontros privados e colectivos e, como resultado, foram assinados dois instrumentos jurídicos, nomeadamente, os acordos entre Moçambique e Malawi sobre petróleo e produtos relacionados e o acordo de cooperação entre as partes no sector de energia, actos efectivados pelos ministros de Energia dos dois países.

Filipe Nyusi explica que os acordos vão beneficiar os dois países, principalmente por se tratar de instrumentos que visam viabilizar iniciativas já em curso, como é o caso do Projecto de Interligação Regional Moçambique–Malawi, MOMA.

“Nós temos um projecto conjunto que é o Moçambique–Malawi, que chamamos MOMA, em termos da linha, está evoluído do lado de Moçambique a 52%, e para a subestação já está quase a 72%, o que significa que é um projecto concreto que os nossos dois países estão a desenvolver. Informamos que o projecto está quase pronto para a construção de mini-hídrica sobre o rio Ruo, na localidade de Bero, com 1,6 megawatts, que pode ser construída em 36 meses, o mais rápido possivel”.

Das conversações entre as delegações dos dois países vizinhos, saiu a pretensão de um novo acordo, o de concessionar uma parte do Porto de Nacala.

A pretensão não é de hoje, de acordo com o Presidente moçambicano.

“Se todos se recordam, quando reinaugurámos o Porto de Nacala, completamente requalificado, o primeiro comboio que fez o lançamento do combustível foi o Presidente Chakwera. E ele informou-me que está a ter um grande impacto para a economia nacional, porque é um meio de transporte acessível em termos de custos, mas também em termos de quantidade e segurança, mas eu informei o Presidente, também, que, terminados os 44 quilómetros da linha férrea do nosso lado, de Mutarara, Vila Nova, da fronteira até Malawi, Moçambique estaria disponível para continuar, bastando alguns acordos que temos de celebrar”, explicou Filipe Nyusi.

Sobre o porto, “Moçambique colocou a disponibilidade de um espaço para o Porto de Nacala, onde o Malawi pode servir-se com terminal específico das mercadorias para o seu país. O processo está terminado nos dois países, em termos de expedientes da concessão. Isso vai ajudar”, afirmou.

Para Lazarus Chakwera, os acordos firmados vão dinamizar a economia do seu país.

“Vamos assinar, em breve, acordos de transporte aéreo, porque estes acordos vão aproximar-nos enquanto povos da nossa região. E congratulo-me com o facto de aumentarmos a nossa capacidade de fornecimento de electricidade e de podermos eliminar os níveis de apagões. Também me congratulo com o facto de, em breve, podermos reduzir os custos terrestres do combustível, o que se traduzirá em preços mais baixos do combustível no Malawi”, disse, anunciando a possibilidade de mais parcerias com o país vizinho.

“Estou mais feliz por, em breve, podermos ver voos directos para Moçambique, e tantos outros aspectos, e, quando todas estas coisas estiverem concluídas, as nossas relações comerciais vão melhorar, o nosso turismo vai melhorar, as nossas interacções entre os povos vão melhorar.”

No segundo dia da visita, Chakwera vai receber o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Joaquim Chissano.

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